Por Caio Peclat
Grandes (e loucas) ideias em Filosofia
Sei bem que boa parte dos
leitores deste blog não está acostumada a tratar de grandes problemas em
Filosofia. Muitas vezes quem lê é alguém que gosta do assunto, mas, em muitos
dos casos, não lê grandes obras da história da filosofia. Quando notei este
público, me senti motivado a escrever um texto com alguns pensamentos um tanto
incomuns (aos olhos do senso comum) a título de curiosidade. O resultado está
logo abaixo:
1- Não sabemos nada
“Ninguém
sabe nada – e essa afirmação, inclusive, é incerta. Não deveríamos confiar no
que acreditamos ser verdade, pois poderíamos estar nos confundindo. É possível
questionar tudo e duvidar de tudo. A melhor opção, portanto, é manter a mente
aberta. Para não se decepcionar, não se comprometa.” Nigel Warburton
Sabe quando você entende que
alguém falou alguma coisa, mas na realidade, falou outra? O que acontece é que
nossos sentidos – no caso, a audição- costuma(m) nos enganar. Mas, pense
comigo, se os sentidos podem nos enganar em alguns momentos, o que nos garante
que eles não estão nos enganando a todo o momento e a vida não passa de um
sonho que você está tendo e pode acordar a qualquer momento? Quem garante este
computador, que você está utilizando para ler este texto agora, é real? Quem
garante que existem outras pessoas na realidade? E ainda mais, quem garante que
você realmente existe? Quem garante que tudo isso é real e não passa de um
sonho?
2- O que não está sendo observado ainda existe?
“(...) tudo
o que deixa de ser observado deixa de existir. Se não há nenhuma mente
consciente do livro que você está lendo, ele não existirá mais. Quando você
está olhando para o livro, consegue vê-lo e tocar as páginas, mas, para
Berkeley, isso não significa nada além de que você tem experiências. Não
importa se há alguma coisa lá fora, no mundo, causando essas experiências. O
livro é apenas uma reunião de ideias em sua mente e na mente de outras pessoas
(e talvez na mente de Deus), não algo além da mente. Para Berkeley, toda a
noção de um mundo exterior não faz sentido nenhum.” Nigel Warburton
Como podemos perceber o
referido pensador entende que tudo o que acreditamos que existe, só existe nos
nossos pensamentos. Na verdade, para ele, a única realidade existente é o
pensamento. Conta-se que Samuel Johnson chutou uma pedra e disse que é dessa
forma que ele refuta o pensamento de Berkeley. Infelizmente, não houve
refutação alguma, Johnson continha dentro de si a ideia de que existe uma pedra
dura e, assim, a pedra existe apenas no seu pensamento, produzindo os
resultados já contidos no próprio pensamento do agente.
3- A realidade pode ser percebida? Ou apenas interpretada?
“Não existem
fatos, apenas interpretações “.
Friedrich Nietzsche
Para este tipo de pensamento,
nada que você acredita ter acontecido na realidade, realmente aconteceu. Isso
não passa de seu olhar sobre o mundo e por mais que você tente, jamais poderá
olhar para o mundo de outra forma. O seu organismo interpreta o mundo, assim,
não existem fatos, pois ninguém poderá alcança-los. O que realmente existe é a
interpretação que cada pessoa tem da realidade, a verdade, assim, variaria de
pessoa para pessoa, não existindo uma verdade que valeria para todos.
4- Como assim “só um sonho”? Será que isso não significa nada? Ou será que sonhos possuem algum significado?
“Para Freud, os sonhos eram “a estrada real
para o inconsciente”, uma das melhores maneiras de descobrir pensamentos
escondidos. As coisas que vemos e vivenciamos nos sonhos não são o que parecem.
Há o conteúdo de superfície, o que parece estar acontecendo, mas o conteúdo
latente é o verdadeiro significado do sonho. É isso que o psicanalista tenta
entender. Aquilo que encontramos nos sonhos são símbolos que representam os
desejos escondidos em nossa mente inconsciente. Sendo assim, por exemplo, um
sonho que envolve uma cobra, um guarda-chuva ou uma espada geralmente é um
sonho sexual disfarçado. A cobra, o guarda-chuva e a espada são clássicos
“símbolos freudianos” – representam o pênis. De modo semelhante, a imagem de
uma bolsa ou de uma caverna em um sonho representa a vagina. Se você acha essa
ideia chocante ou absurda, Freud provavelmente lhe diria que isso ocorre porque
sua mente está protegendo-o de reconhecer os pensamentos sexuais que habitam
sua mente.” Nigel Warburton
Acredito que este pensamento já
é bastante claro e não vale a pena discutir o que você já conseguiu entender à
primeira vista.
Conclusão
Tentei trazer ideias que
possam ser explicadas facilmente e possam trazer o que costumo chamar de
“encanto” para vocês. Sei que por agir assim, acabei sendo um tanto simples,
mas espero não ter sido simplista. Desejo que façam bom proveito das ideias
tratadas aqui, e, por fim, não as deixe morrerem aqui.
Gostei bastante do que li!
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