terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Grandes (e loucas) ideias em Filosofia



Por Caio Peclat

Grandes (e loucas) ideias em Filosofia


Sei bem que boa parte dos leitores deste blog não está acostumada a tratar de grandes problemas em Filosofia. Muitas vezes quem lê é alguém que gosta do assunto, mas, em muitos dos casos, não lê grandes obras da história da filosofia. Quando notei este público, me senti motivado a escrever um texto com alguns pensamentos um tanto incomuns (aos olhos do senso comum) a título de curiosidade. O resultado está logo abaixo:



1- Não sabemos nada


“Ninguém sabe nada – e essa afirmação, inclusive, é incerta. Não deveríamos confiar no que acreditamos ser verdade, pois poderíamos estar nos confundindo. É possível questionar tudo e duvidar de tudo. A melhor opção, portanto, é manter a mente aberta. Para não se decepcionar, não se comprometa.”  Nigel Warburton

Sabe quando você entende que alguém falou alguma coisa, mas na realidade, falou outra? O que acontece é que nossos sentidos – no caso, a audição- costuma(m) nos enganar. Mas, pense comigo, se os sentidos podem nos enganar em alguns momentos, o que nos garante que eles não estão nos enganando a todo o momento e a vida não passa de um sonho que você está tendo e pode acordar a qualquer momento? Quem garante este computador, que você está utilizando para ler este texto agora, é real? Quem garante que existem outras pessoas na realidade? E ainda mais, quem garante que você realmente existe? Quem garante que tudo isso é real e não passa de um sonho?

2- O que não está sendo observado ainda existe?


“(...) tudo o que deixa de ser observado deixa de existir. Se não há nenhuma mente consciente do livro que você está lendo, ele não existirá mais. Quando você está olhando para o livro, consegue vê-lo e tocar as páginas, mas, para Berkeley, isso não significa nada além de que você tem experiências. Não importa se há alguma coisa lá fora, no mundo, causando essas experiências. O livro é apenas uma reunião de ideias em sua mente e na mente de outras pessoas (e talvez na mente de Deus), não algo além da mente. Para Berkeley, toda a noção de um mundo exterior não faz sentido nenhum.” Nigel Warburton

Como podemos perceber o referido pensador entende que tudo o que acreditamos que existe, só existe nos nossos pensamentos. Na verdade, para ele, a única realidade existente é o pensamento. Conta-se que Samuel Johnson chutou uma pedra e disse que é dessa forma que ele refuta o pensamento de Berkeley. Infelizmente, não houve refutação alguma, Johnson continha dentro de si a ideia de que existe uma pedra dura e, assim, a pedra existe apenas no seu pensamento, produzindo os resultados já contidos no próprio pensamento do agente.

3- A realidade pode ser percebida? Ou apenas interpretada?


“Não existem fatos, apenas interpretações “.   Friedrich Nietzsche

Para este tipo de pensamento, nada que você acredita ter acontecido na realidade, realmente aconteceu. Isso não passa de seu olhar sobre o mundo e por mais que você tente, jamais poderá olhar para o mundo de outra forma. O seu organismo interpreta o mundo, assim, não existem fatos, pois ninguém poderá alcança-los. O que realmente existe é a interpretação que cada pessoa tem da realidade, a verdade, assim, variaria de pessoa para pessoa, não existindo uma verdade que valeria para todos.

4- Como assim “só um sonho”? Será que isso não significa nada? Ou será que sonhos possuem algum significado?


 “Para Freud, os sonhos eram “a estrada real para o inconsciente”, uma das melhores maneiras de descobrir pensamentos escondidos. As coisas que vemos e vivenciamos nos sonhos não são o que parecem. Há o conteúdo de superfície, o que parece estar acontecendo, mas o conteúdo latente é o verdadeiro significado do sonho. É isso que o psicanalista tenta entender. Aquilo que encontramos nos sonhos são símbolos que representam os desejos escondidos em nossa mente inconsciente. Sendo assim, por exemplo, um sonho que envolve uma cobra, um guarda-chuva ou uma espada geralmente é um sonho sexual disfarçado. A cobra, o guarda-chuva e a espada são clássicos “símbolos freudianos” – representam o pênis. De modo semelhante, a imagem de uma bolsa ou de uma caverna em um sonho representa a vagina. Se você acha essa ideia chocante ou absurda, Freud provavelmente lhe diria que isso ocorre porque sua mente está protegendo-o de reconhecer os pensamentos sexuais que habitam sua mente.”  Nigel Warburton

Acredito que este pensamento já é bastante claro e não vale a pena discutir o que você já conseguiu entender à primeira vista.

Conclusão



Tentei trazer ideias que possam ser explicadas facilmente e possam trazer o que costumo chamar de “encanto” para vocês. Sei que por agir assim, acabei sendo um tanto simples, mas espero não ter sido simplista. Desejo que façam bom proveito das ideias tratadas aqui, e, por fim, não as deixe morrerem aqui. 

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