sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Refutando Evidências de Reencarnação


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Introdução


Inicialmente, o largo numero de referencias citadas pelos chamados experts, e garantidas como prova cientifica, podem, à primeira vista, parecer convincentes para a mentalidade desatenta e tendenciosa. Porém, quando alguém começa a ir um pouco mais a fundo e compara isso às evidências cientificas reais para seu oposto, rapidamente se torna aparente às mentes criticas que as alegada evidência é altamente suspeita com criticas e refutações plenas. Já para aqueles que tentam vender estes resultados altamente duvidosos, eles então constituem um grupo marginal que são, e tem sido, ignorados pela comunidade cientifica.
Então, o que esse artigo pretende fazer, se Deus permitir, é pegar algumas dessas chamadas provas e mostrar como elas são rejeitadas pela corrente principal da ciência graças à grande massa de pesquisa empírica e dados para o contrário acumuladas nas ultimas décadas.

Evidência contra a reencarnação


A “pesquisa cientifica” do Dr Ian Stevenson normalmente é a primeira referencia citada pelos vários propagandistas de vidas passadas. Porém, o que muitos desses entusiastas não percebem é que após passas metade de sua carreira investigando alegados casos de reencarnação, o falecido doutor teve que, de má vontade, aceitar o fato de que ele havia falhado miseravelmente em convencer a corrente principal da ciência:

O próprio Dr Stevenson reconheceu uma falha evidente em sua defesa da reencarnação: a ausência de qualquer evidencia de um processo físico pelo qual uma personalidade poderia sobreviver à morte e transferir a algum outro corpo [...] Mas com raras exceções, cientistas da corrente principal – o único grupo que Dr Stevenson realmente se importou em persuadir – tenderam a ignorar ou rejeitar suas décadas na área e suas publicações. Daqueles que notaram ele, alguns questionaram a objetividade do Dr Stevenson; outros disseram que ele era crédulo. Outros ainda sugeriram que ele foi insuficientemente versado nas culturas e línguas de seus súditos para fazer investigações credíveis. [1] (negrito, sublinhado nosso)

Isso não é uma surpresa considerando que o doutor investigou esse tópico “paranormal” nos últimos 40 anos, e “ainda, os únicos pesquisadores que verificaram os resultados de Stevenson sobre crianças que se lembram de vidas passadas são pessoas que ele mesmo financiou pelo Departamento de Estudos de Personalidade”. Dificilmente o que alguém iria chamar de verificadores desinteressados e não-tendenciosos! Talvez essa falha tenha ocorrido pelo fato de que “a maioria dos casos documentados por Stevenson não estavam mais ‘ativos’ no tempo de sua investigação. Quer dizer, o tópico do caso havia deixado de ter lembranças da existência anterior e, portanto, a evidência consiste principalmente de relatos de retrospectiva por outras pessoas (e.g., pais) sobre esse experimento dessa existência”. [2]
Não é surpresa, então, que se tratando de sua reputação entre a comunidade psiquiátrica, ele foi forçado a admitir que “[n]ão foram poucos psiquiatras que suspeitavam que eu tinha ficado desequilibrado”! [3]
À luz do que se segue, porem, podemos entender por que Dr Stevenson falhou em convencer seus colegas.
Maarten Peters e seus colegas do Department of Experimental Psychology na Universidade de Maastricht na Holanda, conduziu uma pesquisa em pacientes de terapeutas de reencarnação que foram hipnotizados para ajuda-los a se lembrar de suas alegadas vidas passadas. O resultado foi que “pessoas que acreditam ter tido vidas passadas estão cometendo um erro de monitoramento de fonte, ou um erro de julgamento sobre a fonte original de uma memoria [...] Isso é importante porque erros de monitoramento de fonte são os primeiros em uma sequencia de eventos que psicólogos creem levar à falsas memorias”. (negrito, sublinhado nosso)
Memoria falsa, ou confabulação, é a confusão de imaginação com memoria, e/ou confusão de memorias verdadeiras com memorias falsas para “preencher as lacunas entre a memoria de alguém com fabricações que ele crê serem fatos”. [4]
Peters ainda diz:

Uma vez que a familiaridade de um evento é alcançada, isso pode ser de forma relativamente fácil convertido em uma crença de que o evento ocorreu.

Ele adiciona:

Um possível próximo passo é o de que indivíduos interpretam seus pensamentos e fantasias sobre os eventos fictícios como memorias reais. [5] (negrito, sublinhado nosso)

Além disso, “em muitos casos de memorias falsas, é muito difícil determinar se o evento persuadido realmente ocorreu – quer dizer, a ‘verdade fundamental’ não pode ser estabelecida.” [6]
Distinta Professora de psicologia, Elizabeth F. Loftus, da Universidade da California, Irvine, conduziu uma pesquisa extensa na área da memória. Ela relata:

Centenas de estudos tem sido publicados documentando distorção de memoria induzida por exposição de informação falsa [...] [um fenômeno] chamado efeito informação errada (Loftus & Hoff man, 1989). [7] (negrito e itálico nosso)

O desenvolvimento de memorias falsas para eventos implausíveis tem sido sugerido como:

Primeiro, o evento deve ser persuadido como plausível.

Segundo, indivíduos devem adquirir a crença autobiográfica de que isso provavelmente aconteceu com eles.

Terceiro, indivíduos devem interpretar seus pensamentos e fantasias sobre o evento como memorias. [8]

Também houveram estudos que “demonstraram que nossas crenças pessoais são suscitáveis a serem influenciadas pela imaginação [...] Pesquisas também sugerem que o comportamento, assim como crenças, podem ser modificados pela imaginação”. [9]
Com respeito a isso, um artigo de pesquisa intitulado de How Self-Relevant Imagination Affects Memory for Behaviour, que olhou para a formação de crenças e comportamentos de pessoas através da imaginação, concluiu:

A imaginação é, de fato, uma arma poderosa. Até mesmo quando pessoas não estão particularmente motivadas a mudar de comportamento, a imaginação leva a mudança de  comportamentos [...] Os resultados desse estudo demonstra que pesquisadores e clínicos não podem depender de participantes ou clientes para relembrar precisamente comportamentos passados ou outros atributos após a imaginação auto-relevante ter sido empregada. Com base nesses resultados, devemos concluir que a imaginação é uma ferramenta poderosa de sugestão que pode ter um papel critico na representação da história pessoal de alguém. (negrito, sublinhado nossos) [10]

De fato, os “truques da memória” são tão poderosos que pessoas podem até mesmo se convencer de eventos absurdos, como ter sido abduzidas por aliens. O psicopatologista experimental de Harvard, Professor Richard McNally, que fez estudos sobre abduzidos por aliens, colocou os experimentos como “uma forma de paralisia do sono conhecida na profissão como episódios hipnopômpicos – essencialmente um estado, experimentado por mais de 30% da população em algum ponto de suas vidas, quando o corpo esta fisicamente dormindo, parte da mente ainda esta sonhando, mas outra parte da mente esta consciente de estar acordada.”
Ele disse, porem, que muitas dessas pessoas convencidas de suas experiências de abdução “tinham uma tendência forte a crenças fora da corrente principal” (negrito, sublinhado nosso). Ele adicionou:

Eles não estão mentindo [...] Eles são realmente sinceros. Eles são, porém, caracterizados por uma gama de crenças da Nova Era, por ideação mágica – eles tendem a crer em vidas passadas, cristais, reencarnação, medicina alternativa. Segundo, eles são ricos em absorção – eles podem entrar em transe por um por do sol, absorvidos em uma novela, tinham amigos imaginários quando crianças. (negrito, itálico nosso)

Ele foi adiante e disse que a maioria desses chamados abduzidos “na verdade não se lembram, na hora em que acordam de seu episódio hipnopômpico, que eles foram abduzidos. O que eles sentiram foi um desconforto intenso; muitos então buscaram a ajuda de terapeutas ou conselheiros -  sob essa tutela eles começaram a ‘se lembrar’ que eles haviam sido abduzidos e experimentados enquanto estavam nesse estado estranho. Em um contexto culturam diferente, os mesmos indivíduos provavelmente teriam se lembrado de terem sido visitados por bruxas, fantasmas ou Satanás”.
Ele ainda afirma que sob o questionamento sugestivo de clínicos: “A mente desses indivíduos esta gerando quadros explicativos muito poderosos – sob o disfarce da mente – para sua paralisia do sono. Eles são bem resistentes à reinterpretação.” Uma vez que isso ocorre, suas memorias “se tornam uma parte integral da auto identidade do individuo” à extensão de que eles ainda apresentam respostas psicológicas sob certas condições sugestivas. Por exemplo, “quando foi pedido que revivessem suas experiências, responderam da mesma maneira (palmas das mãos suadas, coração batendo rápido, tensões musculares faciais) que veteranos de guerra traumatizados.” [11]
While Costandi comenta:

Outras pesquisas mostraram como é fácil distorcer as recordações de eventos reais das pessoas, ou persuadir pessoas a ‘relembrar’ eventos completos que não ocorreram [...] Trabalhos feitos por outros grupos de pesquisa mostraram que memorias de eventos altamente implausíveis, e até mesmo eventos impossíveis, como abdução de aliens e reencarnação, podem facilmente ser plantados. [12] (negrito nosso)

Também há uma pseudociência conhecida como “terapia de regressão a vida passada”, que é baseada na premissa de que traumas que ocorreram em vidas passadas contribuem para os sintomas psicológicos e físicos.
Em 1988, psiquiatra Brian Weiss publicou uma série de casos focados em pacientes que haviam sido hipnotizados e regredidos para “voltar” a origem do problema atual. Quando pacientes regrediram, eles relataram eventos que Weiss interpretou como tendo sua origem em vidas passadas.
Porém, a plasticidade de memorias é tal que pesquisas mais cientificamente rigorosas e dignas de crédito concluíram que as reais “expectativas buscadas do terapeuta/experimentador podem afetar a produção dos relatos associados com a SFM [Síndrome da Falsa Memoria], e também a crença consequente de que memorias são de fato verdadeiras”.

Newman e Baumeister (1996) e Spanos, Menary, Gabora, DuBreuil e Dewhurst (1991), descobriram que os indivíduos atribuem mais credibilidade à sua pseudomemória quando o terapeuta ou experimentador expressa uma crença na possibilidade de que tal fenômeno realmente tenha ocorrido. Wilson (1982, citado em Spanos, Menary, et al, 1991) verificou que o lapso de tempo relatado entre vidas passadas era consistente com a crença dos terapeutas a respeito do problema. Se um terapeuta cresse que as vidas passadas seguiriam diretamente uma após a outra sem nenhuma lacuna, seus clientes também iriam relatar isso. Reciprocamente, se terapeutas cressem que havia um lapso de tempo entre as vidas, os relatos de seus clientes também refletiriam isso. [13] (negrito, sublinhado nosso)

Já para as técnicas e resultados usados em tentativas de provar experiências em vidas passadas, o psicólogo Donald A. Eisner observou após citar a pesquisa de Spanos et alia que:

Ao invés de ser evidência da reencarnação, estes estudos suportam a noção de uma identidade de reencenação criada socialmente. Informações durante essas sessões de vidas passadas vieram de uma multiplicidade de fontes, incluindo programas de TV, novelas e devaneios dos desejos. [...]
Não há estudos controlados que demonstrem a viabilidade do conceito subjacente da reencarnação. Nenhum dos estudos de campo até o presente momento confirmou que as pessoas que são regredidas [14] para uma suposta vida prévia possuem lembrança verídica. O uso de técnicas sugestivas tende a manchar o processo de exame e podem produzir respostas artificiais. [15] (negrito, sublinhado nosso)

Outras pesquisas conduzidas por Spanos et al. Da Universidade Carleton, Ontario, Canada, descobriram que sujeitos altamente hipnotizados, que foram então extremamente suscetíveis à sugestão, tiveram o que é conhecido como “eu oculto”. Esses “experimentos do eu oculto indicam que o contexto pode levar sujeitos não-simulados, motivados a definir a si mesmos como tendo uma segunda identidade e a responder de uma forma consistente com essa auto definição” a uma extensão que “identidades de vidas passadas hipnóticas são vistas como fantasias construídas socialmente que são interpretadas pelas demandas de sugestões hipnóticas de vidas passadas. Essa conceptualização sugere que a intensidade com que os sujeitos experimentam as identidades de vidas passadas podem ser relatados com uma propensão geral de tornarem-se absorvidos na atividade de fantasia e brincadeiras imaginativas”. Em detalhe, eles afirmaram:

Contrario a hipótese da reencarnação (Wambaugh, 1979), aqueles que relataram sobre vidas passadas frequentemente forneciam informações históricas não-precisas, não possuíam a informação que poderia racionalmente ser esperada por uma pessoa que realmente viveu no período histórico relevante, e cometeu erros históricos que seriam impossíveis para pessoas que viveram na era em questão. Nossos resultados são consistentes com a hipótese de que os relatos de vidas passadas são fantasias que os indivíduos constroem na base de suas já limitadas e imprecisas informações históricas (Kampman, 1976; Wilson, 1982). Na construção dessas fantasias, os indivíduos tendem a escolher períodos históricos e locais que eles estão relativamente familiarizados. Para encontrar a demanda da sugestão de regressão hipnótica, eles tecem eventos, lugares, e pessoas de suas próprias experiências em vida em um drama de fantasia histórica que eles então descrevem na forma de uma narrativa autobiográfica dada por uma identidade de vida passada.”

Kampman e Hirvenoja (1978) obtiveram resultados consistentes com essa hipótese hipnotizando seus relatadores de vidas passadas novamente e perguntando a eles pelas fontes se seus relatos de vidas passadas. Esses indivíduos relataram que historias ouvidas quando crianças, livros e eventos em suas próprias vidas eram as fontes de informação usada para construir suas identidades de vidas passadas. [...]

Indivíduos com a propensão a engajar em fantasias e brincadeiras imaginativas em sua vida diária foram particularmente adeptos a se tornarem absorvidos em suas fantasias de vidas passadas que a percepção de sua identidade primaria tenderam a enfraquecer em um pano de fundo. Esses indivíduos altamente imaginativos também tenderam a ter experiências intensas particulares de vidas passadas. Esses resultados são consistentes com um corpo de teorias e evidencias substanciais (Sheehan & McConkey, 1982; Shor, 1970; Spanos, 1971; Spanos & Barber, 1974) indicando que a absorção na construção de imaginar algo relacionado a sugestão esta associado com um enfraquecimento parcial da realidade atual e com a experiência de comportamento e eventos subjetivos invocados pelas sugestões. [16] (negrito, sublinhado nosso)

Eles continuam:

Indivíduos aprendem a desenvolver identidades de vidas passadas que são consistentes com a expectativa de seus terapeutas ou hipnotizador. Nossos resultados também são consistentes com achados que indicam que os registros do observador oculto são moldados por expectativas transmitidas por instruções experimentais (Spanos & Hewitt, 1980; Spanos et al., 1983), com numerosos estudos indicando que indivíduos incorporam informação adquirida pré-hipnoticamente em seus decretos hipnóticos (Lynn, Nash, Rhue, Frauman, & Sweeney, 1984; Orne, 1959; Spanos, Cobb, & Gorassini, 1985) [17] (negrito, sublinhado nosso)

E eles concluem:

Os resultados atuais não dão suporte a versões da hipótese da reencarnação que diz que aqueles que respondem por meio de vidas passadas invariavelmente providenciam registros históricos precisos [...] Ao invés disso, nossos resultados, junto com o trabalho de Kampman (1976) e Wilson (1982) dão suporte a utilidade de ser induzido hipnoticamente a identidades de vidas passadas como FANTASIAS direcionadas, governadas e geradas contextualmente. De acordo com essa hipótese, indivíduos constroem essas fantasias para atingir a demanda da situação da regressão hipnótica. A sugestão adotada nessa situação requer que as fantasias dos indivíduos sejam formadas como minidramas autobiográficos históricos que são narradas por uma identidade na primeira pessoa do singular ao invés do individuo (e.g., por uma personalidade secundaria). Para alcançar essa demanda, os indivíduos tentem a escolher momentos históricos e lugares com os quais eles estão relativamente familiarizados ou que eles tenham algum interesse especial. Dentre essas restrições, eles constroem uma história de vida que entrelaça tramas, detalhes e personagens das mais variadas fontes (e.g., experiência pessoal, programas de televisão, novelas) e isso é expressado como um registro em primeira pessoa [...] Ambos os resultados anedotas de Wilson (1982) e os resultados de Estudos 2 e 3 demonstram que aqueles que respondem por vidas passadas moldam suas fantasias de vidas passadas para corresponder à expectativa transmitida pelo hipnotizados. [18] (negrito, sublinhado, maiúsculo nosso)

Essas fantasias também podem ser induzidas e encorajadas por e durante o processo real da hipnose, como Dr Robert Baker colocou:

Por muito tempo acreditou-se que a hipnose dava à pessoa hipnotizada habilidades anormais e incomuns de relembrar. A facilidade com a qual pessoas hipnotizadas iriam recuperar memorias e reviver experiências da infância era impressionante. [...]
Porém, quando a veracidade de tais memorias foi examinada, foi descoberto que muitas dessas memorias não eram apenas falsas, mas elas eram completas fabricações. Confabulações, i.e. criar histórias para preencher lacunas na memoria, pareciam ser a regra ao invés da exceção. Parece, literalmente, que usar a “hipnose” para reviver ou despertar a história passada da pessoa de alguma forma ou de outra não apenas estimula o desejo da pessoa de recordas e seus processos de memoria, mas também abre os portões de enchente para sua imaginação [19]

Um exemplo clássico destas deficiências foi demonstrada pelas infames 'fitas Bloxham'. O hipnoterapeuta com sede em Cardiff, Arnall Bloxham, que foi o tema de um documentário da BBC e, posteriormente, apresentado em um livro de Iverson (1976/77), transmitiu um caso particular, entre outros, da dona de casa Jane Evans, uma Galesa. Evans aparentemente forneceu detalhes de seis encarnações passadas, que incluíam Allison, uma empregada que morava na casa de um comerciante francês rico chamado Jacques Couer no século 15.

Embora Iverson sentiu que o caso de reencarnação havia sido estabelecido, uma investigação posterior feita por Harris (1986) provou que ele estava errado. De fato, em ambos os casos e em outros, houve erros significativos nos relatos produzidos. Por exemplo, Jane Evans informou que Couer era solteiro e sem filhos. Na verdade, era casado com cinco filhos - algo que a maioria dos empregados notaria. Tais erros forneceram a pista para a fonte da história. Um romance de Thomas B. Costain intitulado The Moneyman foi baseada na vida de Couer mas o autor tinha tomado a liberdade literária de deliberadamente omitindo a família de Couer já que eles a ficavam no caminho do desenvolvimento da trama. Parece que Evans tinha lido o livro e depois esquecido lê-lo. Durante as sessões hipnóticas esses detalhes tinham reemergido e tinham sido considerado como memórias reais.
No caso de Jane Evans e de muitas outras afirmações similares, geralmente é crido que nenhuma mentira deliberada foi envolvida. Ao invés disso, esses são vistos como sendo casos de CRIPTOMNÉSIA (literalmente, ‘memorias ocultas’; veja Baker, 1992). É argumentado que um individuo pode armazenar a informação de uma variedade de fontes durante seu ou sua vida, como as de dramas, filmes, livros históricos, ou o que quer que seja, sem, posteriormente, estar alerta dessa fonte de informação. Quando a informação é relembrada depois sob hipnose, talvez elaborada pela própria fantasia individual da pessoa, as memorias podem ser consideradas como verídicas. [20] (negrito, sublinhado, maiúsculo nosso)

Steven Jay Lynn e Judith W. Rhue, Professores de Psicologia na Universidade de Ohio, encontraram similaridades entre indivíduos com regressão a vidas passadas e pacientes que sofrem de Desordem de Múltipla Personalidade (DMP – também conhecido como (DDI) Desordem Dissociativa de Identidade). Após categoricamente refutar a noção de que “apesar de alguns crentes na reencarnação crerem que pessoas podem ser hipnoticamente regredida de volta a seus nascimentos de vidas passadas (e.g. Wambaugh, 1979), a evidência disponível não da suporte nenhum para essa ideia. Ao invés disso, os dados disponíveis sugerem que decretos e experiências com vidas passadas são construções da fantasia (Baker, 1992; Spanos, Menary, Gabora, DuBreuil & Dewhirst, 1991)”, (negrito nosso) [21] eles dizem:

Construções de vidas passadas são importantes porque elas são similares em muitos aspectos com pacientes de múltipla identidade de DMP. Assim como os pacientes de DMP, esses exibidos por aqueles que respondem por vidas passadas normalmente mostram humores e personalidades características que são diferentes do eu primário da pessoa, tem um nome diferente do que o do eu primário, e reportam memorias que o eu primário não tinha conhecimento. Assim como pacientes com DMP vem a crer que suas alterações de identidade são personalidades reais ao invés de fantasias gerados por si mesmos, muitos dos sujeitos que interpretam vidas passadas continuam a acreditar na realidade de suas vidas passadas após o término dos procedimentos hipnóticos. [22]

Mas, o qual é o diagnostico da DMP/DDI? De acordo com a Associação Diagnostica de Psiquiatria Americana e o Manual Estatístico de Desordem Mental, DMP/DDI, apesar de controverso, é considerada uma doença/desordem mental.

Conclusão


Ainda existem muitas outras evidências que poderiam ser apresentadas. Porém, para ser breve, isso deve ser o suficiente para a mente não-tendenciosa e critica perceber que experiências de vidas passadas, conectadas com a reencarnação ou outra coisa, nada mais são do que afirmações dirigidas pelas fantasias feitas por aqueles que podem estar apenas sofrendo algum mal mental.

[Isso abalou sua crença em Deus? De uma lida nas séries A Existência de Deus e A Ressurreição de Jesus e veja as evidências para a verdade!]

Fonte


Traduzido e adaptado de: Islam-Sikhism, Evidence for Reincarnation DEBUNKED, http://www.islam-sikhism.info/reincarnation-transmigration-2/



[1] T. Shroder (2007), Ian Stevenson; Sought To Document Memories Of Past Lives in Children, (The Washington Post, 11 Feb).
[2] H.J. Irwin, C. Watt (2007), An Introduction to Parapsychology, (McFarland & Company, Inc.), p. 210.
[3] J. Arehart-Treichel (2004), Psychiatrist Explores World Beyond ‘Normal’, (Psychiatric News, Vol. 39 No. 23, American Psychiatric Association, 3 Dec), p. 21.
[5] C. Mims (2007), Remember a Previous Life? Maybe You Have a Bad Memory, (Scientific American, 30 Mar).
[6] M. Costandi (2007), Alien Abduction, Reincarnation and Memory Errors, (Institute for Ethics & Emerging Technologies, 11 Apr).
[7] E.F. Loftus (2003), Make-Believe Memories, (American Psychologist, Nov), p. 868.
[8] G.A.L. Mazzoni, E.F. Loftus, I. Kirsch (2001), Changing Beliefs About Implausible Autobiographical Events A Little Plausibility Goes a Long Way, (Journal of Experimental Psychology: Applied, Vol. 7 No. 1, 51-59, by the American Psychological Association).
[9] A.K. Thomas, D. E. Hannula, E. F. Loftus (2007), How Self-Relevant Imagination Affects Memory for Behaviour, (Applied Cognitive Psychology, 21:69-86; published online 10 July 2006 in Wiley InterScience), p. 70.
[10] Ibid., pp. 83-4.
[11] S. Abramsky (2004), Memory & Manipulation, (OCWeekly, 9 Sept), pp. 5–6.
[12] M. Costandi, op. cit.
[13] K. Gow (1998), The Complex Issues in Researching “False memory Syndrome”, (The Australasian Journal of Disaster and Trauma Studies Vol. 1998-3).
[14] Regreção de idade é um aspecto controverso da hipnoterapia em que o paciente retorna a um estagio anterior da vida para explorar a memoria ou conhecer algum aspecto de difícil acesso de sua personalidade.
[15] D.A. Eisner (2000), The Death of Psychotherapy: From Freud to Alien Abductions, (Greenwood Publishing Group), pp. 166.
[16] N.P. Spanos, E. Menary, N.J. Gabora, S.C. DuBreuil, B. Dewhirst (1991), Secondary Identity Enactments During Hypnotic Past-Life Regression: A Sociocognitive Perspective, (Journal of Personality and Social Psychology, vol.61 No.2), pp. 311-12.
[17] Ibid., p. 313.
[18] Ibid., p. 318.
[19] R. Baker (1992), Hidden Memories: Voices and Visions from Within, (Prometheus Books, Buffalo, N.Y.), p. 152.
[20] C.C. French (2003), Fantastic Memories – The Relevance of Research into Eyewitness Testimony and False Memories for Reports of Anomalous Experiences, (Journal of Consciousness Studies, Vol.10, No. 6-7), p. 164.
[21] S.J. Lynn, J.W. Rhue (1994), Dissociation: Clinical and Theoretical Perspectives, (Guilford Press, NY), p. 140.
[22] Ibid.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Porque removeste meu comentário?
    Depois de meses sem acessar seu belo blog me deparei ao "acaso" com esse texto.

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  3. Com todo respeito, o que te incomoda mais, um ateu ou um filósofo espírita cristão? Detalhe, ambos sem religião.

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