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Introdução
Inicialmente, o largo numero
de referencias citadas pelos chamados experts, e garantidas como prova
cientifica, podem, à primeira vista, parecer convincentes para a mentalidade
desatenta e tendenciosa. Porém, quando alguém começa a ir um pouco mais a fundo
e compara isso às evidências cientificas reais para seu oposto, rapidamente se
torna aparente às mentes criticas que as alegada evidência é altamente suspeita
com criticas e refutações plenas. Já para aqueles que tentam vender estes
resultados altamente duvidosos, eles então constituem um grupo marginal que
são, e tem sido, ignorados pela comunidade cientifica.
Então, o que esse artigo
pretende fazer, se Deus permitir, é pegar algumas dessas chamadas provas e
mostrar como elas são rejeitadas pela corrente principal da ciência graças à grande
massa de pesquisa empírica e dados para o contrário acumuladas nas ultimas
décadas.
Evidência contra a reencarnação
A “pesquisa cientifica” do Dr
Ian Stevenson normalmente é a primeira referencia citada pelos vários
propagandistas de vidas passadas. Porém, o que muitos desses entusiastas não
percebem é que após passas metade de sua carreira investigando alegados casos
de reencarnação, o falecido doutor teve que, de má vontade, aceitar o fato de
que ele havia falhado miseravelmente em convencer a corrente principal da
ciência:
O próprio
Dr Stevenson reconheceu uma falha evidente em sua defesa da reencarnação: a
ausência de qualquer evidencia de um processo físico pelo qual uma
personalidade poderia sobreviver à morte e transferir a algum outro corpo [...]
Mas com raras exceções, cientistas da corrente principal – o único grupo que Dr
Stevenson realmente se importou em persuadir – tenderam a ignorar ou rejeitar
suas décadas na área e suas publicações. Daqueles que notaram ele, alguns
questionaram a objetividade do Dr Stevenson; outros disseram que ele era
crédulo. Outros ainda sugeriram que ele foi insuficientemente versado nas
culturas e línguas de seus súditos para fazer investigações credíveis. [1]
(negrito, sublinhado nosso)
Isso não é uma surpresa
considerando que o doutor investigou esse tópico “paranormal” nos últimos 40
anos, e “ainda, os únicos pesquisadores que verificaram os resultados de
Stevenson sobre crianças que se lembram de vidas passadas são pessoas que ele
mesmo financiou pelo Departamento de Estudos de Personalidade”. Dificilmente o
que alguém iria chamar de verificadores desinteressados e não-tendenciosos!
Talvez essa falha tenha ocorrido pelo fato de que “a maioria dos casos
documentados por Stevenson não estavam mais ‘ativos’ no tempo de sua
investigação. Quer dizer, o tópico do caso havia deixado de ter lembranças da
existência anterior e, portanto, a evidência consiste principalmente de relatos
de retrospectiva por outras pessoas (e.g., pais) sobre esse experimento dessa
existência”. [2]
Não é surpresa, então, que se
tratando de sua reputação entre a comunidade psiquiátrica, ele foi forçado a
admitir que “[n]ão foram poucos psiquiatras que suspeitavam que eu tinha ficado
desequilibrado”! [3]
À luz do que se segue, porem,
podemos entender por que Dr Stevenson falhou em convencer seus colegas.
Maarten Peters e seus colegas
do Department of Experimental Psychology na Universidade de Maastricht na
Holanda, conduziu uma pesquisa em pacientes de terapeutas de reencarnação que
foram hipnotizados para ajuda-los a se lembrar de suas alegadas vidas passadas.
O resultado foi que “pessoas que acreditam ter tido vidas passadas estão
cometendo um erro de monitoramento de fonte, ou um erro de julgamento sobre a
fonte original de uma memoria [...] Isso é importante porque erros de
monitoramento de fonte são os primeiros em uma sequencia de eventos que
psicólogos creem levar à falsas memorias”. (negrito, sublinhado nosso)
Memoria falsa, ou
confabulação, é a confusão de imaginação com memoria, e/ou confusão de memorias
verdadeiras com memorias falsas para “preencher as lacunas entre a memoria de
alguém com fabricações que ele crê serem fatos”. [4]
Peters ainda diz:
Uma vez que
a familiaridade de um evento é alcançada, isso pode ser de forma relativamente
fácil convertido em uma crença de que o evento ocorreu.
Ele adiciona:
Um possível
próximo passo é o de que indivíduos
interpretam seus pensamentos e fantasias sobre os eventos fictícios como memorias
reais. [5] (negrito, sublinhado nosso)
Além disso, “em muitos casos
de memorias falsas, é muito difícil determinar se o evento persuadido realmente
ocorreu – quer dizer, a ‘verdade fundamental’ não pode ser estabelecida.” [6]
Distinta Professora de
psicologia, Elizabeth F. Loftus, da Universidade da California, Irvine,
conduziu uma pesquisa extensa na área da memória. Ela relata:
Centenas de
estudos tem sido publicados documentando distorção de memoria induzida por
exposição de informação falsa [...] [um fenômeno] chamado efeito informação errada (Loftus & Hoff man, 1989). [7]
(negrito e itálico nosso)
O desenvolvimento de memorias
falsas para eventos implausíveis tem sido sugerido como:
Primeiro, o
evento deve ser persuadido como plausível.
Segundo,
indivíduos devem adquirir a crença autobiográfica de que isso provavelmente
aconteceu com eles.
Terceiro,
indivíduos devem interpretar seus pensamentos e fantasias sobre o evento como
memorias. [8]
Também houveram estudos que
“demonstraram que nossas crenças pessoais são suscitáveis a serem influenciadas
pela imaginação [...] Pesquisas também sugerem que o comportamento, assim como
crenças, podem ser modificados pela imaginação”. [9]
Com respeito a isso, um artigo
de pesquisa intitulado de How Self-Relevant Imagination Affects Memory for
Behaviour, que olhou para a formação de crenças e comportamentos de pessoas
através da imaginação, concluiu:
A
imaginação é, de fato, uma arma poderosa. Até mesmo quando pessoas não estão
particularmente motivadas a mudar de comportamento, a imaginação leva a mudança
de comportamentos [...] Os resultados
desse estudo demonstra que pesquisadores e clínicos não podem depender de participantes ou clientes para
relembrar precisamente comportamentos passados ou outros atributos após
a imaginação auto-relevante ter sido empregada. Com base nesses resultados,
devemos concluir que a imaginação é uma
ferramenta poderosa de sugestão que pode ter um papel critico na
representação da história pessoal de alguém. (negrito, sublinhado
nossos) [10]
De fato, os “truques da
memória” são tão poderosos que pessoas podem até mesmo se convencer de eventos
absurdos, como ter sido abduzidas por aliens. O psicopatologista experimental
de Harvard, Professor Richard McNally, que fez estudos sobre abduzidos por
aliens, colocou os experimentos como “uma forma de paralisia do sono conhecida
na profissão como episódios hipnopômpicos – essencialmente um estado,
experimentado por mais de 30% da população em algum ponto de suas vidas, quando
o corpo esta fisicamente dormindo, parte da mente ainda esta sonhando, mas
outra parte da mente esta consciente de estar acordada.”
Ele disse, porem, que muitas
dessas pessoas convencidas de suas experiências de abdução “tinham uma tendência forte a crenças fora da
corrente principal” (negrito, sublinhado nosso). Ele adicionou:
Eles não
estão mentindo [...] Eles são realmente sinceros. Eles são, porém,
caracterizados por uma gama de crenças
da Nova Era, por ideação mágica – eles
tendem a crer em vidas passadas, cristais, reencarnação,
medicina alternativa. Segundo, eles são ricos em absorção – eles podem entrar
em transe por um por do sol, absorvidos em uma novela, tinham amigos
imaginários quando crianças. (negrito, itálico nosso)
Ele foi adiante e disse que a
maioria desses chamados abduzidos “na verdade não se lembram, na hora em que
acordam de seu episódio hipnopômpico, que eles foram abduzidos. O que eles
sentiram foi um desconforto intenso; muitos então buscaram a ajuda de
terapeutas ou conselheiros - sob essa
tutela eles começaram a ‘se lembrar’ que eles haviam sido abduzidos e
experimentados enquanto estavam nesse estado estranho. Em um contexto culturam
diferente, os mesmos indivíduos provavelmente teriam se lembrado de terem sido
visitados por bruxas, fantasmas ou Satanás”.
Ele ainda afirma que sob o
questionamento sugestivo de clínicos: “A mente desses indivíduos esta gerando
quadros explicativos muito poderosos – sob o disfarce da mente – para sua
paralisia do sono. Eles são bem resistentes à reinterpretação.” Uma vez que
isso ocorre, suas memorias “se tornam uma parte integral da auto identidade do
individuo” à extensão de que eles ainda apresentam respostas psicológicas sob
certas condições sugestivas. Por exemplo, “quando foi pedido que revivessem
suas experiências, responderam da mesma maneira (palmas das mãos suadas,
coração batendo rápido, tensões musculares faciais) que veteranos de guerra
traumatizados.” [11]
While Costandi comenta:
Outras
pesquisas mostraram como é fácil
distorcer as recordações de eventos reais das pessoas, ou persuadir pessoas a
‘relembrar’ eventos completos que não ocorreram [...] Trabalhos feitos por
outros grupos de pesquisa mostraram que memorias de eventos altamente
implausíveis, e até mesmo eventos impossíveis, como abdução de aliens e
reencarnação, podem facilmente ser plantados. [12] (negrito nosso)
Também há uma pseudociência
conhecida como “terapia de regressão a vida passada”, que é baseada na premissa
de que traumas que ocorreram em vidas passadas contribuem para os sintomas
psicológicos e físicos.
Em 1988, psiquiatra Brian
Weiss publicou uma série de casos focados em pacientes que haviam sido
hipnotizados e regredidos para “voltar” a origem do problema atual. Quando
pacientes regrediram, eles relataram eventos que Weiss interpretou como tendo
sua origem em vidas passadas.
Porém, a plasticidade de
memorias é tal que pesquisas mais cientificamente rigorosas e dignas de crédito
concluíram que as reais “expectativas buscadas do terapeuta/experimentador
podem afetar a produção dos relatos associados com a SFM [Síndrome da Falsa
Memoria], e também a crença consequente de que memorias são de fato
verdadeiras”.
Newman e
Baumeister (1996) e Spanos, Menary, Gabora, DuBreuil e Dewhurst (1991),
descobriram que os indivíduos atribuem mais credibilidade à sua pseudomemória
quando o terapeuta ou experimentador expressa uma crença na possibilidade de
que tal fenômeno realmente tenha ocorrido. Wilson (1982, citado em Spanos,
Menary, et al, 1991) verificou que o lapso de tempo relatado entre vidas
passadas era consistente com a crença dos terapeutas a respeito do problema. Se um terapeuta cresse que as vidas
passadas seguiriam diretamente uma após a outra sem nenhuma lacuna, seus
clientes também iriam relatar isso. Reciprocamente, se terapeutas
cressem que havia um lapso de tempo entre as vidas, os relatos de seus clientes
também refletiriam isso. [13] (negrito, sublinhado nosso)
Já para as técnicas e
resultados usados em tentativas de provar experiências em vidas passadas, o
psicólogo Donald A. Eisner observou após citar a pesquisa de Spanos et alia que:
Ao invés de ser evidência da reencarnação,
estes estudos suportam a noção de uma identidade de reencenação criada
socialmente. Informações durante essas sessões de vidas passadas vieram de uma
multiplicidade de fontes, incluindo programas de TV, novelas e devaneios dos
desejos. [...]
Não há estudos controlados que demonstrem a
viabilidade do conceito subjacente da reencarnação. Nenhum dos
estudos de campo até o presente momento confirmou que as pessoas que são
regredidas [14] para uma suposta vida prévia possuem lembrança verídica. O uso de técnicas sugestivas
tende a manchar o processo de exame e podem produzir respostas artificiais. [15]
(negrito, sublinhado nosso)
Outras pesquisas conduzidas
por Spanos et al. Da Universidade Carleton, Ontario, Canada, descobriram que
sujeitos altamente hipnotizados, que foram então extremamente suscetíveis à
sugestão, tiveram o que é conhecido como “eu oculto”. Esses “experimentos do eu
oculto indicam que o contexto pode levar sujeitos não-simulados, motivados a
definir a si mesmos como tendo uma segunda identidade e a responder de uma
forma consistente com essa auto definição” a uma extensão que “identidades de
vidas passadas hipnóticas são vistas como fantasias construídas socialmente que
são interpretadas pelas demandas de sugestões hipnóticas de vidas passadas.
Essa conceptualização sugere que a intensidade com que os sujeitos experimentam
as identidades de vidas passadas podem ser relatados com uma propensão geral de
tornarem-se absorvidos na atividade de fantasia e brincadeiras imaginativas”.
Em detalhe, eles afirmaram:
Contrario a
hipótese da reencarnação (Wambaugh, 1979), aqueles que relataram sobre vidas passadas frequentemente forneciam informações
históricas não-precisas, não possuíam a informação que poderia
racionalmente ser esperada por uma pessoa que realmente viveu no período
histórico relevante, e cometeu erros
históricos que seriam impossíveis para pessoas que viveram na era em
questão. Nossos resultados são consistentes com a hipótese de que os relatos de
vidas passadas são fantasias que os
indivíduos constroem na base de suas já limitadas e imprecisas informações
históricas (Kampman, 1976; Wilson, 1982). Na construção dessas fantasias,
os indivíduos tendem a escolher períodos históricos e locais que eles estão
relativamente familiarizados. Para encontrar a demanda da sugestão de regressão
hipnótica, eles tecem eventos, lugares, e pessoas de suas próprias experiências
em vida em um drama de fantasia histórica que eles então descrevem na forma de
uma narrativa autobiográfica dada por uma identidade de vida passada.”
Kampman e
Hirvenoja (1978) obtiveram resultados consistentes com essa hipótese
hipnotizando seus relatadores de vidas passadas novamente e perguntando a eles
pelas fontes se seus relatos de vidas passadas. Esses indivíduos relataram que
historias ouvidas quando crianças, livros e eventos em suas próprias vidas eram as fontes de informação usada
para construir suas identidades de vidas passadas. [...]
Indivíduos com a propensão a engajar em
fantasias e brincadeiras imaginativas em sua vida diária foram particularmente
adeptos a se tornarem absorvidos em suas fantasias de vidas passadas que a
percepção de sua identidade primaria tenderam a enfraquecer em um pano de
fundo. Esses indivíduos altamente
imaginativos também tenderam a ter experiências intensas particulares
de vidas passadas. Esses resultados são consistentes com um corpo de teorias e
evidencias substanciais (Sheehan & McConkey, 1982; Shor, 1970; Spanos,
1971; Spanos & Barber, 1974) indicando que a absorção na construção de
imaginar algo relacionado a sugestão esta associado com um enfraquecimento
parcial da realidade atual e com a experiência de comportamento e eventos
subjetivos invocados pelas sugestões. [16] (negrito, sublinhado nosso)
Eles continuam:
Indivíduos aprendem a desenvolver
identidades de vidas passadas que são consistentes com a expectativa de seus
terapeutas ou hipnotizador. Nossos resultados também são consistentes com
achados que indicam que os registros do observador oculto são moldados por
expectativas transmitidas por instruções experimentais (Spanos & Hewitt,
1980; Spanos et al., 1983), com numerosos estudos indicando que indivíduos incorporam
informação adquirida pré-hipnoticamente em seus decretos hipnóticos (Lynn,
Nash, Rhue, Frauman, & Sweeney, 1984; Orne, 1959; Spanos, Cobb, &
Gorassini, 1985) [17] (negrito, sublinhado nosso)
E eles concluem:
Os
resultados atuais não dão suporte a
versões da hipótese da reencarnação que diz que aqueles que respondem
por meio de vidas passadas invariavelmente providenciam registros históricos precisos
[...] Ao invés disso, nossos resultados, junto com o trabalho de Kampman (1976)
e Wilson (1982) dão suporte a utilidade de ser
induzido hipnoticamente a identidades de vidas passadas como FANTASIAS direcionadas,
governadas e geradas contextualmente. De acordo com essa hipótese, indivíduos
constroem essas fantasias para atingir a demanda da situação da regressão hipnótica.
A sugestão adotada nessa situação requer que as fantasias dos indivíduos sejam
formadas como minidramas autobiográficos históricos que são narradas por uma identidade
na primeira pessoa do singular ao invés do individuo (e.g., por uma
personalidade secundaria). Para alcançar essa demanda, os indivíduos tentem a
escolher momentos históricos e lugares com os quais eles estão relativamente
familiarizados ou que eles tenham algum interesse especial. Dentre essas
restrições, eles constroem uma história de vida que entrelaça tramas, detalhes
e personagens das mais variadas fontes (e.g., experiência pessoal, programas de
televisão, novelas) e isso é expressado como um registro em primeira pessoa
[...] Ambos os resultados anedotas de Wilson (1982) e os resultados de Estudos
2 e 3 demonstram que aqueles que respondem por vidas passadas moldam suas
fantasias de vidas passadas para corresponder à expectativa transmitida pelo
hipnotizados. [18] (negrito, sublinhado, maiúsculo nosso)
Essas fantasias também podem
ser induzidas e encorajadas por e durante o processo real da hipnose, como Dr
Robert Baker colocou:
Por muito
tempo acreditou-se que a hipnose dava à pessoa hipnotizada habilidades anormais
e incomuns de relembrar. A facilidade com a qual pessoas hipnotizadas iriam
recuperar memorias e reviver experiências da infância era impressionante. [...]
Porém,
quando a veracidade de tais memorias foi examinada, foi descoberto que muitas
dessas memorias não eram apenas falsas, mas elas eram completas fabricações. Confabulações,
i.e. criar histórias para preencher lacunas na memoria, pareciam ser a regra ao
invés da exceção. Parece, literalmente, que usar a “hipnose” para reviver ou
despertar a história passada da pessoa de alguma forma ou de outra não apenas
estimula o desejo da pessoa de recordas e seus processos de memoria, mas também
abre os portões de enchente para sua imaginação [19]
Um exemplo clássico destas
deficiências foi demonstrada pelas infames 'fitas Bloxham'. O hipnoterapeuta
com sede em Cardiff, Arnall Bloxham, que foi o tema de um documentário da BBC
e, posteriormente, apresentado em um livro de Iverson (1976/77), transmitiu um
caso particular, entre outros, da dona de casa Jane Evans, uma Galesa. Evans
aparentemente forneceu detalhes de seis encarnações passadas, que incluíam
Allison, uma empregada que morava na casa de um comerciante francês rico
chamado Jacques Couer no século 15.
Embora
Iverson sentiu que o caso de reencarnação havia sido estabelecido, uma
investigação posterior feita por Harris (1986) provou que ele estava errado. De
fato, em ambos os casos e em outros, houve erros significativos nos relatos
produzidos. Por exemplo, Jane Evans informou que Couer era solteiro e sem
filhos. Na verdade, era casado com cinco filhos - algo que a maioria dos
empregados notaria. Tais erros forneceram a pista para a fonte da história. Um
romance de Thomas B. Costain intitulado The Moneyman foi baseada na vida de
Couer mas o autor tinha tomado a liberdade literária de deliberadamente
omitindo a família de Couer já que eles a ficavam no caminho do desenvolvimento
da trama. Parece que Evans tinha lido o livro e depois esquecido lê-lo. Durante
as sessões hipnóticas esses detalhes tinham reemergido e tinham sido
considerado como memórias reais.
No caso de
Jane Evans e de muitas outras afirmações similares, geralmente é crido que
nenhuma mentira deliberada foi envolvida. Ao invés disso, esses são vistos como sendo casos de CRIPTOMNÉSIA (literalmente,
‘memorias ocultas’; veja Baker, 1992). É argumentado que um
individuo pode armazenar a informação de uma variedade de fontes durante seu ou
sua vida, como as de dramas, filmes, livros históricos, ou o que quer que seja,
sem, posteriormente, estar alerta dessa fonte de informação. Quando a
informação é relembrada depois sob hipnose, talvez elaborada pela própria
fantasia individual da pessoa, as memorias podem ser consideradas como verídicas.
[20] (negrito, sublinhado, maiúsculo nosso)
Steven Jay Lynn e Judith W.
Rhue, Professores de Psicologia na Universidade de Ohio, encontraram
similaridades entre indivíduos com regressão a vidas passadas e pacientes que
sofrem de Desordem de Múltipla Personalidade (DMP – também conhecido como (DDI)
Desordem Dissociativa de Identidade). Após categoricamente refutar a noção de
que “apesar de alguns crentes na reencarnação crerem que pessoas podem ser
hipnoticamente regredida de volta a seus nascimentos de vidas passadas (e.g.
Wambaugh, 1979), a evidência disponível não
da suporte nenhum para essa ideia. Ao invés disso, os dados disponíveis sugerem
que decretos e experiências com vidas passadas são construções da fantasia
(Baker, 1992; Spanos, Menary, Gabora, DuBreuil & Dewhirst, 1991)”, (negrito
nosso) [21] eles dizem:
Construções
de vidas passadas são importantes porque elas são similares em muitos aspectos
com pacientes de múltipla identidade de DMP. Assim como os pacientes de DMP,
esses exibidos por aqueles que respondem por vidas passadas normalmente mostram
humores e personalidades características que são diferentes do eu primário da
pessoa, tem um nome diferente do que o do eu primário, e reportam memorias que
o eu primário não tinha conhecimento. Assim como pacientes com DMP vem a crer
que suas alterações de identidade são personalidades reais ao invés de
fantasias gerados por si mesmos, muitos dos sujeitos que interpretam vidas passadas
continuam a acreditar na realidade de suas vidas passadas após o término dos
procedimentos hipnóticos. [22]
Mas, o qual é o diagnostico da
DMP/DDI? De acordo com a Associação Diagnostica de Psiquiatria Americana e o
Manual Estatístico de Desordem Mental, DMP/DDI, apesar de controverso, é
considerada uma doença/desordem mental.
Conclusão
Ainda existem muitas outras
evidências que poderiam ser apresentadas. Porém, para ser breve, isso deve ser
o suficiente para a mente não-tendenciosa e critica perceber que experiências de
vidas passadas, conectadas com a reencarnação ou outra coisa, nada mais são do
que afirmações dirigidas pelas fantasias feitas por aqueles que podem estar
apenas sofrendo algum mal mental.
[Isso abalou sua crença em Deus? De uma lida nas séries A Existência de Deus e A Ressurreição de Jesus e veja as evidências para a verdade!]
Fonte
Traduzido
e adaptado de: Islam-Sikhism, Evidence
for Reincarnation DEBUNKED, http://www.islam-sikhism.info/reincarnation-transmigration-2/
[1] T. Shroder (2007), Ian
Stevenson; Sought To Document Memories Of Past Lives in Children, (The
Washington Post, 11 Feb).
[2] H.J. Irwin, C. Watt
(2007), An Introduction to Parapsychology, (McFarland & Company, Inc.), p.
210.
[3] J. Arehart-Treichel
(2004), Psychiatrist Explores World Beyond ‘Normal’, (Psychiatric News, Vol. 39
No. 23, American Psychiatric Association, 3 Dec), p. 21.
[5] C. Mims (2007), Remember a
Previous Life? Maybe You Have a Bad Memory, (Scientific American, 30 Mar).
[6] M. Costandi (2007), Alien
Abduction, Reincarnation and Memory Errors, (Institute for Ethics &
Emerging Technologies, 11 Apr).
[7] E.F. Loftus (2003),
Make-Believe Memories, (American Psychologist, Nov), p. 868.
[8] G.A.L. Mazzoni, E.F. Loftus,
I. Kirsch (2001), Changing Beliefs About Implausible Autobiographical Events A
Little Plausibility Goes a Long Way, (Journal of Experimental Psychology:
Applied, Vol. 7 No. 1, 51-59, by the American Psychological Association).
[9] A.K. Thomas, D. E. Hannula,
E. F. Loftus (2007), How Self-Relevant Imagination Affects Memory for
Behaviour, (Applied Cognitive Psychology, 21:69-86; published online 10 July
2006 in Wiley InterScience), p. 70.
[10] Ibid., pp. 83-4.
[11] S. Abramsky (2004),
Memory & Manipulation, (OCWeekly, 9 Sept), pp. 5–6.
[12] M. Costandi, op. cit.
[13] K. Gow (1998), The
Complex Issues in Researching “False memory Syndrome”, (The Australasian
Journal of Disaster and Trauma Studies Vol. 1998-3).
[14] Regreção de idade é um
aspecto controverso da hipnoterapia em que o paciente retorna a um estagio
anterior da vida para explorar a memoria ou conhecer algum aspecto de difícil acesso
de sua personalidade.
[15] D.A. Eisner (2000), The
Death of Psychotherapy: From Freud to Alien Abductions, (Greenwood Publishing
Group), pp. 166.
[16] N.P. Spanos, E. Menary,
N.J. Gabora, S.C. DuBreuil, B. Dewhirst (1991), Secondary Identity Enactments
During Hypnotic Past-Life Regression: A Sociocognitive Perspective, (Journal of
Personality and Social Psychology, vol.61 No.2), pp. 311-12.
[17] Ibid., p. 313.
[18] Ibid., p. 318.
[19] R. Baker (1992), Hidden
Memories: Voices and Visions from Within, (Prometheus Books, Buffalo, N.Y.), p.
152.
[20] C.C. French (2003),
Fantastic Memories – The Relevance of Research into Eyewitness Testimony and
False Memories for Reports of Anomalous Experiences, (Journal of Consciousness
Studies, Vol.10, No. 6-7), p. 164.
[21] S.J. Lynn, J.W. Rhue
(1994), Dissociation: Clinical and Theoretical Perspectives, (Guilford Press,
NY), p. 140.
[22] Ibid.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPorque removeste meu comentário?
ResponderExcluirDepois de meses sem acessar seu belo blog me deparei ao "acaso" com esse texto.
Com todo respeito, o que te incomoda mais, um ateu ou um filósofo espírita cristão? Detalhe, ambos sem religião.
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