sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Os piores argumentos contra o Teísmo #2 - O tamanho do universo nos torna insignificantes?


O tamanho do universo realmente mostra que somos insignificantes? Por que Deus criaria um espaço vazio tão grande e com pouca vida? Será mesmo que o tamanho do universo mostra que Deus seria ineficiente?

O tamanho do universo nos torna insignificantes

Desde que ouvi a primeira vez, a objeção sobre o tamanho do universo nunca fez sentido. Ora, o tamanho de uma obra não invalida a necessidade de um designer. Mas me parece também, que essa objeção contêm algumas falhas:

Recém nascidos são insignificantes?

Você teria que ser absolutamente louco em dizer que por causa do tamanho do universo um recém nascido tem valor mínimo. O fato de uma nova vida sendo criado tem valor maior do que o de todo o universo.

Deus é ineficiente?

Eficiência é algo preocupante para alguém com tempo limitado e/ou recursos limitados. Deus não tem nenhum dos dois.

O tamanho do universo é inútil?

Agora vem talvez o pior dessa objeção. O tamanho do universo na verdade nos da evidencias de um designer. Se o universo fosse do tamanho do nosso sistema solar, nossa vida não duraria muito mais que alguns meses. Mas por causa do tamanho enorme dele, a vida pode ser suportada. Esse é um dos exemplos de ajuste fino do universo. Uma mínima mudança nas constantes do universo e ele já não seria mais um universo que permite vida. O físico John Barrow, a respeito do tamanho do universo, diz:

“A vida só poderia aparecer no universo grande e antigo, negro e gelado. Com seus planetas e estrelas separados por largas distancias levados pela expansão sem fim. Essas são características necessárias para um universo que da suporte a vida. E eu acredito que reconhecendo isso, mostra como a astronomia tem transformado o pensamento simples de um universo sem sentido dos filósofos céticos do passado, trazendo nova vida a muitas questões religiosas sobre a fascinação de um universo” [1]

Quando uma estrela morre, seus elementos essenciais são dispersados no espaço e usados para dar suporte a vida em planetas. Se não fossem pelas estrelas, o universo não teria os elementos necessários para a vida, teria apenas elementos menos densos, como o hidrogênio, e a química orgânica não seriam possíveis.
Se o universo se expandisse muito rápido não seria possível que estrelas se formassem, e se fosse muito lento o universo iria contrair e entrar em colapso de volta a uma singularidade antes que as estrelas se formassem para permitir vida complexa.
Se o universo tivesse a massa da Via Láctea, então ele existiria por cerca de 2 meses. Então, a existência de outras galáxias é um componente necessário para a evolução de vida complexa. John Barrow e Frank Tipler concluem:

“No passado essa consideração dava evidencia circunstancial contra o Argumento do Projeto. No entanto, uma imagem moderna do universo em expansão que nós reproduzimos rende a essa linha de argumento, no máximo, como irrelevante para a questão do projeto. [...] Um tempo mínimo é necessário para evoluir astros por caminhos naturais evolucionários e estrelas requerem bilhões de anos para transformar hidrogênio e hélio primordiais em elementos mais pesados os quais astros são principalmente construídos. Então, apenas em um universo suficientemente maturo, e, portanto suficientemente largo, ‘observadores’ podem evoluir. Em resposta a pergunta de Adão nós temos que responder que a vastidão dos ‘Céus’ largos é necessário para sua existência na Terra” [2]

Conclusão

Dizer que o tamanho do universo não é importante é falta de informação. Mas mesmo que ele não fosse importante pra vida, ainda seria idiota dizer que um recém nascido é “inútil” por causa do tamanho do universo.

Fontes

[1] – Questions of ultimate concern the lawful Universe, John Barrow, 2006 Templeton Prize winner - https://www.youtube.com/watch?v=wDGV9mpfXhM

[2] – John D. Barrow e Frank J. Tipler, “The Anthropic Cosmological Principle”, pp. 384-385

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