quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O Argumento Modal para o Dualismo


Seria o “eu” o mesmo que meu corpo? Existe alguma razão para crer que somos algo a mais? Em meu texto sobre o Argumento da Consciência, eu apresentei diversas razões filosóficas e cientificas para crer que o corpo e a mente não são a mesma coisa, mas que a mente deve estar em algo além do corpo. Mas recentemente, eu estive vendo uma entrevista de Alvin Plantinga no programa Closer to Truth [Próximo a Verdade], onde ele apresentou um argumento interessante chamado O Argumento Modal para o Dualismo. No texto a seguir, eu vou tentar explicar o argumento dado por Plantinga de forma simples.


O Argumento Modal para o Dualismo


A Lei da Indiscernibilidade de Idênticos de Leibniz


A Lei de Leibniz diz que, se A e B forem idênticos, então qualquer coisa que for verdade para A também será verdade para B. Então, se houver ao menos uma coisa diferente de A em B, eles não são a mesma coisa. Isso é importante, pois se houver alguma coisa diferente do corpo e do “eu”, então se segue que o “eu” não é o meu corpo.

É possível que A e B não sejam idênticos?


Chamemos o “eu” de A e o corpo de B. Se eu sou B, então tudo o que for verdade B  será verdade para A. Não existe mundo possível onde A e B partilhem de algo diferente.
O argumento começa aqui: É possível que A e B não sejamos a mesma coisa. Todos podem conceber um mundo possível onde o nosso “eu” acorda em um corpo de um besouro ou de um cachorro. É inteiramente possível que B deixe de existir, mas eu ainda exista, mesmo que seja em um corpo de besouro ou de cachorro. Então, existe ao menos uma coisa que é verdade para A, mas não é verdade para B. A pode existir enquanto B não existe. Sendo contrario a  Lei de Indiscernibilidade de Idênticos de Leibniz, se segue então que A e B, nesse caso, não são a mesma coisa.
Podemos argumentar então:

1. Se eu e meu corpo formos a mesma coisa, então devemos compartilhar as mesmas verdades.

2. É possível que eu exista enquanto meu corpo não existe.

3. Se é possível que eu exista enquanto meu corpo não, então eu e meu corpo não compartilhamos as mesmas verdades.

4. Portanto, eu e meu corpo não somos a mesma coisa.


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