Desde que eu saí da Igreja Adventista do Sétimo Dia, me perguntaram o porquê de eu ter saído. Uma das respostas a essa pergunta é: Ellen White. Nem lendo “Caminho a Cristo” ou qualquer uma dessas “obras bonitinhas” eu fui convencido por ela. As razões para isso já foram expostas em outro texto, mas vamos aprofundar nelas.
Por que rejeitar Ellen White?
Ellen White e outros falsos profetas
Em 1911, Ellen White foi declarada
como “a única interprete infalível de princípios Biblicos.” (G. A. Irwin, The Mark of the Beast, p. 1) Devemos
crer nisso? Existe alguma razão plausível pra se seguir as interpretações de
Ellen White como infalíveis?
Defensores de Ellen White vão
argumentar que devemos crer que ela foi uma profetiza de Deus, já que ela teve pouco estudo e mesmo assim conseguiu influenciar um grande numero de
pessoas e escrever muitas obras que influenciaram várias pessoas.
Esse argumento falha em diversos
níveis. Em primeiro lugar, se nós fossemos considerar Ellen White como
profetiza de Deus por causa disso, teríamos que considerar outros falsos
profetas como profetas de Deus. Considere, por exemplo, Ann Lee, da seita The Shakers:
Como a Sra. White, “[Ann
Lee] não teve estudo.” Ela se juntou a uma sociedade de membros os quais
estavam tendo diversos exercícios religiosos, e então começou “a ter visões e
fazer revelações,” as quais, assim como Sra. White, ela chamou de
“testemunhos.” [...] Como a Sra. White, ela requeria “um tipo peculiar de
vestido,” e “propôs guerra contra o uso do porco.” (D. M. Camright, The Life of Mrs. E. G. White: Her Claims
Refuted, kindle pos. 89, 5%)
O mesmo comparativo pode ser feito com
o argumento de que Ellen White escreveu sobre o comportamento moral e
religioso. Ann Lee também escreveu com esse tom de moral elevada e
religiosidade. Então, se o argumento funcionasse para Ellen White, também
funcionaria para Ann Lee, de modo que os The
Shakers também deveriam ser considerados como uma religião de Deus.
Poderiamos citar mais. Por exemplo,
enquanto os Adventistas clamam que Ellen White é a profetiza infalível de Deus,
os Mormons dizem o mesmo de Joseph Smith, os membros da Ciência Cristã dizem o
mesmo da Sra. Eddy, as Testemunhas de Jeová o mesmo do “Pastor” Russell, etc. Todos
eles têm o mesmo discurso sobre o seu líder, ainda assim, não podem estar todos
certos. Todos têm argumentos para a defesa de seus profetas, ainda assim, não podem
ser todos de Deus.
E esse é o problema com a violação de
Sola Scriptura: Você nunca vai poder saber quem tem a “regra de fé infalível
fora da Bíblia” correta. O problema das inúmeras denominações não é por causa
de Sola Scriptura, mas sim por causa da violação
de Sola Scriptura. Como diz James White:
A razão para haver uma
pluralidade de denominações não é por causa de Sola Scriptura. É por não
praticarem Sola Scriptura. E essas denominações que praticam Sola Scriptura são
significamente mais unidas no que creem do que essas organizações que praticam
o conceito de Escrituras com uma regra externa infalível de fé que te diz o que
devem crer. Existe muito mais unanimidade entre nós que nos mantemos nas
Escrituras do que aqueles que possuem alguma autoridade externa infalível.
(Comentário feito durante o programa Dividing
Line)
Ainda assim, Adventistas vão proclamar
que Ellen White esta na lista
dos 100 americanos mais significativos de todos os tempos e isso mostra a
grandeza dela. Porém uma pequena olhada
na lista já mostra a falha desse argumento. Na parte de Figuras Religiosas, encontramos:
Joseph Smith Jr. (Mormonismo)
William
Penn
Brigham Young
(Mormonismo)
Roger
Williams
Anne
Hutchinson
Jonathan
Edwards
L. Ron Hubbard
(Scientology)
Ellen G. White
(Adventismo)
Cotton
Mather
Mary Baker Eddy (Ciência
Cristã)
Billy
Graham
Quase
metade da lista é composta de hereges relacionados com seitas. Joseph Smith e
Brigham Young foram politeístas que ensinaram que o homem pode se tornar um
deus. Ron Hubbard ensinou doutrinas relacionadas ao espiritismo. Mary Baker
Eddy foi a fundadora da Ciência Cristã.
Ellen White e seus plágios
Não é de se surpreender que Ellen White tenha conseguido escrever diversos livros teológicos e acertado algumas coisas. Existem diversas evidências de que ela copiou vários autores de sua época:
Não é de se surpreender que Ellen White tenha conseguido escrever diversos livros teológicos e acertado algumas coisas. Existem diversas evidências de que ela copiou vários autores de sua época:
Dr. Charles Stewart também demonstrou
um assombroso plágio de Ellen White em “seu” livro Sketches from the Life of Paul. No prefácio, é dito que “O Autor
desde livro, tendo recebido ajuda especial do Espirito de Deus, foi capaz de
dar luz com respeito aos ensinamentos de Paulo e sua aplicação para nosso
tempo.” (Ellen G. White, Sketches from
the Life of Paul, Prefácio, disponível em acesso 3 de junho de 2017)
Eu não sei de qual deus é esse
espirito, mas certamente não é do Deus da Bíblia. Grande parte do livro de
Ellen White foi copiado do livro Life and
Epistles of the Apostle Paul, de Conybeare e Howson:
Ellen White Sketches from the life of Paul
|
Conybeare e Howson Life and Epistles of the Apostle Paul
|
Os juízes colocaram no ar,
sobre os acentos numa rocha, na plataforma que ascendeu voando em passos de
pedra do vale abaixo.
(p. 92.3)
|
Os juízes colocaram no ar,
sobre os acentos numa rocha, na plataforma que ascendeu voando em passos de
pedra imediatamente do
Agora (p. 308)
|
Sendo sua oratória um ataque direto sob seus deuses e aos grandes homens da
cidade que estavam atrás dele, ele estava em perigo de ter o mesmo destino de
Sócrates. (p. 97)
|
Tendo ele começado atacando seus deuses nacionais no meio de seus santuários,
e com os Areopaganos nos acentos próximos à ele, ele quase esteve no mesmo
grande perigo que Sócrates. (p. 310)
|
Apenas sua reverencia pelo
templo salvou o apostolo de ser despedaçado. Com golpes e gritos violentos
vindicando o triunfo, eles o levaram do gabinete sagrado. (p. 216)
|
Foi apenas a sua
reverencia pelo Lugar Santo que o preservou de ser despedaçado. Eles o
apressaram para sair do gabinete sagrado e o atacaram com golpes violentos. (p. 547)
|
A maior obra de Ellen White, O Grande Conflito, também foi uma obra
de cópias:
Ellen White, O Grande Conflito (1887)
|
James Wyllie, The History of Protestantism (1876)
|
Zurique está
agradavelmente situada às margens do Lago Zurique. Esta é uma nobre extensão
de água, rodeada por bordas que se inclinam até acima, cobertas por vinhedos
e bosques de pinho, no meio dos quais cintilam aldeias e brancas vilas entre
árvores e colinas cultivadas que lhe dão variedade e beleza à paisagem,
enquanto no horizonte distante se vêem o glaciar combinando-se com as nuvens
douradas. À direita, a região está cercada pelas escarpadas muralhas dos
Alpes Brancos, mas as montanhas retrocedem da orla e, permitindo que a luz
caia livremente sobre o regaço do lago e sobre a ampla curva de suas
encantadoras e férteis margens, dão à paisagem uma beleza que não poderia
igualar nem a pluma nem o pincel do artista. O vizinho lago de Zug tem um
marcado contraste com o de Zurique. Suas plácidas águas e tranqüilas margens
parecem estar perpetuamente envoltas nas sombras. (p. 176, Ms29-1887.76, disponível em:
https://egwwritings.org/?ref=en_Ms29-1887.76¶=4157.169)
|
Zurique está
agradavelmente situada sobre as margens do lago com esse nome. Esta é uma
nobre expansão de água, rodeada por bordas que se inclinam suavemente até
acima, cobertas aqui por vinhedos e ali por bosques de pinho, dentre os quais
aldeias e brancas vilas cintilam e animam o cenário, enquanto no horizonte
distante se vêem o glaciar se combinando com as nuvens douradas. À direita, a
região está cercada pelas escarpadas muralhas dos Alpes Brancos, mas as
montanhas retrocedem da orla e, permitindo que a luz caia livremente sobre o
regaço do lago e sobre a ampla curva de suas encantadoras e férteis margens,
dão uma frescura e uma espaciosidade à cena que se vê desde a cidade, que
contrasta notavelmente com o vizinho Lago de Zug, no qual as plácidas águas e
a tranqüila margem parecem estar perpetuamente envoltas nas sombras das
grandes montanhas. (p.
435-436, disponível em: https://archive.org/stream/
historyofprotest01wyli#page/
436/mode/2up/search/golden+clouds
|
O plágio de Ellen White é tão grande
em O Grande Conflito, que o
historiador adventista Donald R. McAdams admite:
As partes históricas de O Grande Conflito que eu examinei são
resumos seletivos e adaptações de historiadores. Ellen White não estava apenas
roubando parágrafos aqui e ali, os quais ela encontrou em suas leituras, mas de
fato seguindo os historiadores página após página, deixando de fora muito
material, mas usando sua sequencia, alguma de suas ideias, e normalmente suas
palavras. Nos exemplos que eu examinei, eu não encontrei nenhum fato histórico
em seu texto que não estivesse no texto deles. Os manuscritos sobre John Huss
seguem o historiador de forma tão próxima que eles parecem que não foram ao
estágio intermediário, mas na verdade das paginas impressas do historiador aos
manuscritos da Sra White, incluindo os erros históricos e as exortações morais.
(Donald R. McAdams,
“Shifting Views of Inspiration: Ellen G. White Studies in the 1970s,” Spectrum,
Mar. 1980, p. 34, disponível em: https://archive.org/stream/DonaldR.McadamsShiftingViewsOfInspirationEllenWhiteStudiesInThe/1980_mcadams_shiftingViewsOfInspiration_ellenWhiteStudiesInThe1970s_spectrum_v10_n4_27-41#page/n7/mode/2up)
Defensores do Adventismo vão
argumentar que Lucas, em sua biografia de Jesus, também teve outras fontes. E isso é verdade. Porém, Ellen
White estava escrevendo instruções e profecias. Lucas estava escrevendo uma
biografia. Ele precisava de outras fontes.
Ainda podem citar o livro de
Provérbios, que é uma coleção de provérbios da época de Salomão. Porém, é
extremamente diferente um autor juntar provérbios para a sabedoria de um autor
copiar informações teológicas de outros livros. Juntar bons conselhos é bem
diferente copiar vários autores dizendo ter tido revelação de Deus.
Uma outra resposta que dão é a de que
na época não era necessário colocar a fonte nas citações. O que devemos
questionar aqui é: É válido uma profetisa de Deus roubar material dos outros e
não dar os créditos? Ou ainda: Seriam essas citações? Note que existem palavras
adicionadas, frases e sinônimos nos parágrafos copiados. Porém, citações são
feitas de forma direta e sem alteração.
A última defesa que eu estou ciente, é
a de que é plausível que Deus tenha
dado essas visões a Ellen White antes da obra copiada, mas que apenas depois
disso ela escreveu a sua. Tal defesa é completamente ad hoc (faz especulações adicionais desnecessárias) e é evidente
que é um salto de desespero daqueles que não querem largar a fantasia.
Ellen White e seus erros proféticos
Devemos também enfatizar o que Ellen
White errou. Em primeiro lugar, vejamos essa profecia que não se cumpriu e nem
se cumprirá por razões óbvias:
Foi-me mostrado o grupo
presente na conferência. Disse o anjo: ‘Alguns serão comida para os vermes,
alguns estarão sujeitos às sete últimas pragas, alguns estarão vivos e permanecerão
na Terra para serem trasladados na vinda de Jesus. (Testemunhos Para a Igreja,
vol. 1, págs. 131 e 132)
Todos já morreram. Em resposta a essa
óbvia falha, defensores de Ellen White citam a profecia de Jonas, dizendo que
ele afirmou que Nínive seria destruída em 40 dias, porém não foi. Eles então
apelam ao conceito de profecia condicional explicada em Jeremias 18, que diz
que se o povo se arrepender, Deus não destruirá da forma que Ele disse. Leandro
Quadros, por exemplo, diz:
Se Ellen White errou,
então o personagem bíblico Jonas também foi um falso profeta, pois ele afirmou
categoricamente que em 40 dias Nínive seria destruída. E isso não ocorreu! Será
que Deus falhou? [...] Profecias
condicionais são aquelas que dependem da resposta humana para o seu
cumprimento. [...] Profecias
incondicionais são aquelas que não dependem da resposta humana para o seu
cumprimento. A Volta de Jesus é uma delas. Ele virá, mesmo que o ser humano não
queira. (Na Mira da Verdade, Ellen White, a profetisa que NÃO falhou,
http://novotempo.com/namiradaverdade/ellen-g-white-%E2%80%93-a-profetisa-que-nao-falhou-parte-1/)
Porém, a Bíblia Apologética com
Apócrifos responde a esse argumento dizendo:
Jonas não se enganou,
antes, disse aos ninivitas exatamente aquilo que Deus lhe ordenara (3.1-4).
Diante disso, será que tais argumentadores podem acusar Deus de erro? A
proclamação de julgamento estava condicionada à intransigência de Nínive (4.2),
o que é bem esclarecido em Jeremias 18.7,8: “Se ta tal nação, porém, conta a qual
falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pesava
fazer-lhe”. Principio claramente demonstrado no caso de Nínive, de modo que a
profecia de Jonas jamais deveria ser citada para diminuir a responsabilidade
daqueles que fazem previsões que não se cumprem.
Por outro lado, as
profecias proclamadas por tais seitas “proféticas” não foram condicionais. Ao
contrario, apregoavam seu prognóstico como sendo a expressa Palavra ou vontade
de Deus. Mas todas elas falharam. (Bíblia Apologética com Apócrifos, comentário
em Jonas 3:4-10; 4:1-2, p. 823)
Note que, na previsão de Ellen White,
nenhuma condição ou explicação é mencionada antes, durante ou depois. Além
disso, sua previsão tem relação com a volta de Cristo. Porém, de acordo com Leandro
Quadros acima, a volta de Cristo é uma profecia incondicional. Estaria Leandro
Quadros disposto a argumentar que a volta de Cristo foi adiada por causa da
vontade humana simplesmente para proteger sua profetisa? Ela própria rebate a
desculpa de Leandro Quadros quando diz que a data da volta não será modificada:
Tenho visto que o diagrama
de 1843 foi dirigido pela mão do Senhor, e que ele não deve ser alterado; que
as figurações eram o que Ele desejava que fossem, e que Sua mão estava presente
e ocultou um engano em alguma figuração, de maneira que ninguém pudesse vê-lo,
até que Sua mão fosse removida. (Primeiros Escritos, p. 75)
Viram que o período
profético chegava a 1844, e que a mesma prova que haviam apresentado para
mostrar que o mesmo terminava em 1843, demonstrava terminar em 1844. (idem, p.
236)
Ironicamente, ela mesma se condenou:
Pessoa alguma que fixe
o tempo em que Cristo deva vir ou não vir, tem mensagem verdadeira. Estai certos de que Deus não
dá nenhuma autoridade de dizer que Cristo retarda Sua vinda cinco anos, dez
anos, ou vinte anos. (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 114)
Os que tão
presunçosamente pregam um tempo definido, assim fazendo agradam ao adversário
das almas; pois
promovem a incredulidade, e não o cristianismo. Citam passagens da Escritura, e
mediante falsa interpretação mostram uma cadeia de argumentos que aparentemente
lhes apóiam a posição. Mas seus fracassos mostram que são falsos profetas, que
não interpretam devidamente a linguagem da inspiração. (Testemunhos para a
Igreja, p. 307)
O falecido Natanael Rinaldi respondeu
a Leandro Quadros também, dizendo:
Sofisma, Leandro! Querendo
defender sua falsa profetisa prefere acusar a Bíblia e dizer que a profecia de
Jonas poderia ser considerada uma falsa profecia e que as profecias de EGW
seriam desse tipo – condicionais. Mas, quanto à Bíblia, há provas descritas na
Bíblia que relatam a conversão dos ninivitas. E que houve no caso de EGW em
1856? Se houvesse a aceitação da sua profecia, Jesus teria apressado a sua
vinda, que não ocorreu. Lamentável, lamentável, amigo Leandro.
Repito o que disse a meu
respeito: que não conheço bem os escritos de EGW. Não seria V. S. que anda
desatento quando lê o que ela escreveu sobre o assunto?
Como alegar que a profecia
de 1856 apressaria a volta de Jesus, mas que tal não se deu por culpa do povo
se EGW escreveu,
“Mas, como as estrelas no
vasto circuito de sua indicada órbita, os desígnios de Deus não conhecem
adiantamento nem tardança.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 28, edição
1979).
(CACP, Pr. Natanael
Rinaldi (Apologista Cristão) X Leandro S. Quadros (IASD), http://www.cacp.org.br/pr-natanael-rinaldi-apologista-cristao-x-leandro-s-quadros-iasd/)
Ellen White e suas contradições com a Bíblia
Ellen White também contradiz a Bíblia diversas vezes:
Quedorlaomer, rei de Elão,
tinha invadido Canaã catorze anos antes, e a tornara sua tributária. Vários dos
príncipes revoltaram-se agora, e o rei elamita, com quatro aliados, de
novo marchou contra o país para os reduzir à submissão. (Patriarcas e Profetas,
p. 105,
http://centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Patriarcas%20e%20Profetas.pdf)
A Bíblia, porém, diz:
Então saiu o rei de
Sodoma, e o rei de Gomorra, e o rei de Admá, e o rei de Zeboim, e o rei de Belá
(esta é Zoar), e ordenaram batalha contra eles no vale de Sidim,
Contra Quedorlaomer, rei
de Elão, e Tidal, rei de Goim, e Anrafel, rei de Sinar, e Arioque,
rei de Elasar; quatro reis contra cinco. - Gênesis 14:8,9
Ellen White diz que Quedorlaomer tinha
quatro aliados. A Bíblia deixa claro que Quedorlaomer tinha três aliados:
Tidal, Anrafel e Arioque.
Ela também contradiz Gênesis e a pouca
história de Enoque:
Deus determinou a
purificação do mundo pelo dilúvio; mas em misericórdia e amor Ele deu aos
pré-diluvianos uma espera de cento e vinte anos. Durante esse tempo, enquanto a
arca estava sendo construída, as vozes de Noé, Enoque e muitos outros foram
ouvidas como alertas e suplicas. (Ellen White, Australasian Union Conference Record,
Sep. 15, 1902)
Sobre Enoque, ela também diz: “O
arrebatamento de Enoque ao Céu logo antes da destruição do mundo pelo dilúvio,
representa o arrebatamento de todo ser vivo justo da terra antes de sua
destruição pelo fogo.” (Ellen White, Spiritual Gifts, vol. 3, p. 59)
E ainda: “Enoque primeiro recebeu
instruções de Noé, e ele observou a lei de Deus...” (Ellen White, Review and Herald, Apr. 29, 1875)
O grande problema aqui é que Enoque
foi levado aos céus antes de Lameque (seu neto) ter Noé, e muitos anos antes da
arca começar a ser construída (Gênesis 5:21-29). Será mesmo que Ellen White viu
Enoque em alguma visão?
Ela também pode ser considerara uma
grande herege por ir contra a instrução do livro de Apocalipse. Veja o que ela escreveu: “A reforma da
saúde, me foi mostrado, é parte da mensagem do terceiro anjo e esta tão
conectada com ela quanto o braço e a mão no corpo humano.” (E.G.W., 1 Testimonies, p. 486)
Agora, isso não esta em parte alguma
da mensagem do Terceiro Anjo em Apocalipse. Veja:
E seguiu-os o terceiro
anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e
receber o sinal na sua testa, ou na sua mão,
Também este beberá do
vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e
será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do
Cordeiro.
Apocalipse 14:9,10
Por que eu digo que é heresia? E por
que nessa parte especifica, se ela adicionou mais mil e uma coisas que não
estão na Bíblia? Simples: Porque isso é uma adição ao livro do Apocalipse:
Porque eu testifico a todo
aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes
acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas
neste livro
Apocalipse 22:18
De fato, todas as suas principais visões
são adições às profecias de Apocalipse.
Não apenas ela contradiz a Bíblia,
como também a si mesma: “Miguel, ou Cristo, com os anjos que sepultaram Moisés,
desceram do Céu, depois de ter ele permanecido na sepultura um breve tempo,
ressuscitaram-no e o levaram para o Céu.” (História Da Redenção, p. 173)
Vemos que ela identifica Cristo como
Arcanjo Miguel, o anjo chefe. Agora, devemos nos perguntar se ela quer dizer se só existe um
Arcanjo, que é Jesus, ou se há outros em igual posição a Jesus. Ela diz:
Anjos e arcanjos se maravilham em face
desse grande plano da redenção; eles admiram e amam o Pai e o Filho ao
contemplarem a misericórdia e o amor de Deus; não há sentimento de ciúmes ao
ser esse novo templo, renovado à imagem de Cristo, apresentado em sua beleza,
para ficar junto ao trono de Deus. — Carta 31, 1892 (Online em EGW Writings,
Filhos e Filhas de Deus, http://m.egwwritings.org/pt/book/1732.2043#2043 enfase
minha)
Mas existem mais contradições dela com
ela mesma:
A serpente
apanhou o fruto da árvore proibida e colocou-o nas mãos de Eva, que estava meio relutante. Fê-la
então lembrar-se de suas próprias palavras de que Deus lhes proibira tocar
nele, para que não morressem. Não receberiam maior mal comendo o fruto,
declarou ele, do que nele tocando. Não percebendo maus resultados do que
fizera, Eva ficou mais ousada. Quando viu “que
aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável
para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu.”
(Patriarcas e Profetas, p. 27, disponível
em https://egwwritings.org/?ref=pt_PP.27.2¶=1815.172)
Foi a serpente que pegou a fruta e deu
à Eva ou foi Eva que pegou da arvore para comer? Apesar da contradição clara,
pode ser respondido que Eva tomou do fruto que já estava em suas mãos para
comer. (O que não faz o menor sentido, mas enfim...)
Podemos responder utilizando o texto
original em inglês, que não faz diferenciação entre as palavras “apanhou” e “tomou”:
The serpent plucked the fruit of the forbidden tree, and placed it
in the hands of the half-reluctant Eve [...] Without a fear she plucked and ate.
Plucked significa "arrancar", "colher".
Ela também se contradiz nos dois
seguintes textos:
Os israelitas já se haviam tornado muito numerosos;
“frutificaram, e aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos
grandemente; de maneira que a terra se encheu deles”. Sob o cuidado amparador
de José, e o favor do rei que então governava, tinham-se eles espalhado rapidamente
pelo país. Mas haviam-se conservado como uma raça
distinta, nada tendo em comum com os egípcios, nos costumes, ou na religião. (ibid,
p. 168, disponível em https://egwwritings.org/?ref=pt_PP.168.4¶=1815.974)
Um capítulo depois ela escreveu:
Mas aqueles que eram fiéis
a Deus compreendiam que fora por causa de Israel
haver-se afastado dEle — por causa de sua disposição para casar com nações
gentílicas, sendo assim levados à idolatria — que o Senhor permitira
ficassem escravos. (ibid, p. 181, disponível em https://egwwritings.org/?ref=pt_PP.181.2¶=1815.1052)
Há ainda mais contradições de Ellen
White. Dessa vez, com a história. Em especial, uma sobre o próprio sábado:
Na arca estava a urna de
ouro contendo o maná, a vara de Arão que florescera e as tábuas de pedra que se
fechavam como um livro. Jesus abriu-as, e eu vi os Dez Mandamentos nelas
escritos com o dedo de Deus. Numa das tábuas havia quatro mandamentos e na
outra seis. Os quatro da primeira tábua eram mais brilhantes que os seis da
outra. Mas o quarto, o mandamento do sábado, brilhava mais que os outros; pois
o sábado foi separado para ser guardado em honra do santo nome de Deus. O santo
sábado tinha aparência gloriosa — um halo de glória o circundava. Vi que o
mandamento do sábado não fora pregado na cruz. Se tivesse sido, os outros nove
mandamentos também o teriam, e estaríamos na liberdade de transgredi-los a
todos, bem como o quarto mandamento. Vi que Deus não havia mudado o sábado,
pois Ele jamais muda. Mas o papa tinha-o mudado do sétimo para o primeiro
dia da semana; pois ele devia mudar os tempos e as leis. (Ellen White, Primeiros Escritos, 32.3, disponível em https://egwwritings.org/?ref=pt_PE.32.3¶=1957.307;
também em The Review and Herald, 21 Julho
de 1851, disponível em
acesso 1 de junho de 2017)
Na primeira parte do
século IV, o imperador Constantino promulgou um decreto fazendo do domingo uma
festividade pública em todo o Império Romano. O dia do Sol era venerado por
seus súditos pagãos e honrado pelos cristãos; era política do imperador unir os
interesses em conflito do paganismo e cristianismo. (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 53)
O Papa não mudou nada. Existe um grande numero de evidências dos primeiros Pais da Igreja, muito antes de Constantino,
que dizem que os cristãos do primeiro e do segundo século já festejavam no
domingo:
“Mas em todo Dia do
Senhor [...] se juntem e partam o pão, e dêem graças após confessarem suas
transgressões, que o vosso sacrifício possa ser puro.” [Didaquê 14]
“Nós guardamos o oitavo dia com
alegria, o dia em que Jesus ressuscitou dos mortos” [Carta de Pseudo-Barnabé
15:6-8 escrita entre 100 e 135 d.C.]
"E no dia chamado Domingo
todos que vivem em cidades ou no pais se juntam em um único lugar, e a memória
dos apóstolos ou os escritos dos profetas são lidos [...] Mas o Domingo é o
dia em que nós nos reunimos, porque é o primeiro dia da semana em que Deus [...]
fez o mundo; e Jesus Cristo nosso Salvador ressuscitou." [Justin
Martyr, 145-150 d.C.]
“Os apóstolos então mostraram: no
primeiro dia da semana que haja serviço, e leitura das Escrituras Sagradas, e a
oferta, porque no primeiro dia da semana nosso Deus ressuscitou dos mortos, e
no primeiro dia da semana ele levantou ao mundo, e no primeiro dia da semana
ele subiu aos céus, e no primeiro dia da semana ele vai aparecer finalmente com
os anjos dos céus. [A Didascalia 2 escrito em 225 d.C.]
“Por isso, não é possível
que o [dia de] descanso depois do sábado deveria ter entrado em vigor a partir
do sétimo [dia] do nosso Deus. Pelo contrário, é nosso Salvador que, após o
padrão de seu próprio repouso, causou-nos a ser feito à semelhança da sua
morte, e, portanto, também de sua ressurreição.” [Orígenes, em 229 d.C.]
Inácio
de Antioquia era discípulo de João e disse:
"Não sejam enganados por falsas
doutrinas, nem por fabulas mentirosas, que são corruptíveis. Pois se nós ainda
vivemos de acordo com a Lei Judaica, nós reconhecemos que não recebemos a graça
[...] Se, portanto, aqueles que foram trazidos da antiga ordem para possuir a
nova esperança, sem continuar a observância do Sábado, mas vivendo na
observância do Dia do Senhor [kyriake hemera], em que nossa vida também
ressurgiu nEle e por Sua morte. [Carta de Inácio de Antioquia aos Magnésios
8 escrita em 107 d.C.]
As
palavras usadas por Inácio para “Dia do Senhor” são “kyriake hemera”. As mesmas
usadas por João em Apocalipse:
Eu fui arrebatado no Espírito no dia
do Senhor [kyriake hemera], e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de
trombeta
Apocalipse 1:10
Samuelle Bacchiocchi foi um dos
estudiosos Adventistas mais focados no assunto. Ele realmente buscou na
história uma outra possível origem para o domingo. Ainda assim, como
demonstramos, ele falhou nesse aspecto. Mas a questão central aqui é: Por que
Ellen White errou sobre a origem do domingo se ela, como profetiza inspirada
por Deus, deveria defender a guarda do sábado? Em um tópico tão importante, não
deveríamos esperar que Deus a guiasse em sua defesa? Ainda assim, ela falhou
miseravelmente, assim como todos os falsos profetas.
Conclusão
Vimos um bom numero de motivos para
rejeitar Ellen White como profetiza de Deus. Vimos também que, em geral, as
respostas dadas pelos adventistas à esses argumentos são simples desculpas.
Contrário ao que pessoas como Leandro Quadros dizem, nós não ignoramos as
respostas deles. Sites como Former Adventist Fellowship, Sabbatismos, Truth orFables, entre outros focam em combater os ensinamentos doutrinários da
Sra. White. Vale a pena fazer uma visita.
Argumentos fraquíssimos para retirar os créditos da profeta escolhida por Deus.
ResponderExcluirCertamente você copiou muita coisa que você escreveu aí de outra pessoa. Ou seja.um plágio.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirReferente a EGW não tem nada para refutar, ela copiou sim de outros autores, está provado até por adventistas
ResponderExcluirAgora o tema do Sábado usou livros apócrifos, não canônicos tirados de uma Bíblia católica .
Pelo que não pode ser levado em consideração, já que a verdadeira Bíblia só testifica que o Sábado é o dia do Senhor.
O uso dos textos apócrifos foi para mostrar que a guarda do domingo já ocorria antes de Constantino. Não foram usados como textos sagrados ou parte da Bíblia. Nenhum dos que eu usei fazem parte da Bíblia católica.
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