Hoje/ontem [15/07/2016] eu levei a
palavra à um pequeno grupo falando sobre perdão. Tema difícil e lindo ao mesmo
tempo. Este é o pilar central do Cristianismo. Dele depende toda a crença
cristã no perdão de Deus e no sacrifício de Cristo. Como eu gostei bastante do
resultado, vim compartilhá-lo com vocês.
Reflexões sobre o Perdão
Existe um episódio nos evangelhos
onde algumas pessoas levam um paralitico pra ser curado por Jesus. Agora, algo
interessante acontece antes da cura:
Alguns dias
depois entrou Jesus outra vez em Cafarnaum, e soube-se que ele estava em casa.
Ajuntaram-se,
pois, muitos, a ponta de não caberem nem mesmo diante da porta; e ele lhes
anunciava a palavra.
Nisso vieram
alguns a trazer-lhe um paralítico, carregado por quatro; e não podendo aproximar-se
dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava e, fazendo uma
abertura, baixaram o leito em que jazia o paralítico.
E Jesus,
vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados são os teus pecados. -
Marcos 2:1-5
Eles levam o paralitico para ser
curado, e Jesus diz que seus pecados estão perdoados primeiro. Os escribas
devem ter pensado: “Okay, mas trouxeram ele aqui para algo mais importante!”
Mas o que Jesus quis dizer é: Não, não é mais importante. O perdão dos pecados
é a coisa mais importante e que o ser humano mais necessita. Se o paralitico
fosse apenas curado, ele estaria reclamando de outra coisa pouco tempo depois.
Nós temos necessidade de perdão e
dificuldade de perdoar. Algumas pessoas tendem a dizer “Eu não preciso do
perdão. Meu maior problema é que fulano(a) fez isso, isso e aquilo comigo.” Mas
aqui vai a chave: Você só vai permitir que essa pessoa ganhe de você enquanto
você não perdoá-la.
Em seu livro O Deus Pródigo, o pastor Tim Keller nota que na parábola do filho
pródigo o filho mais velho não conseguia perdoar seu irmão pelos seus pecados e
por ter acabado com a herança da família. Ele diz:
O filho mais
velho não conseguia perdoar seu irmão mais novo por ele ter enfraquecido a
posição da família na sociedade, por ele ter desgraçado o nome da família e por
ter diminuído a riqueza deles. Ele enfatiza o fato de o irmão mais novo ter
estado com “prostitutas”, enquanto ele levava uma vida casta em casa. “Eu
jamais faria algo vil assim!”, é o que ele quer dizer com o coração. Porque ele
não se vê como parte de uma comunidade normal de pecadores, e acaba reprimido
por seu próprio amargor. É impossível
perdoar alguém quando você se sente superior a essa pessoa. (Timothy
Keller, O Deus Pródigo, p. 80, ênfase minha)
Só o balanceamento espiritual e
emocional do Evangelho, que te diz o pecador depravado que você é vai te
colocar no posto de alguém capaz de perdoar o semelhante. Enquanto você não ver
que comete os mesmos erros, mais erros diferentes, e que tanto você quanto o
seu ofensor merecem o inferno, você não vai conseguir perdoar. (Esses pontos
foram feitos pelo Tim Keller em seu sermão “The Healing of Forgiveness”, https://www.youtube.com/watch?v=X1Glfn3KG_k)
Deus é o único superior a nós. E
mesmo assim, Ele veio pra ca por querer nos perdoar. Ele quer nos perdoar. Ele
veio, sem ter feito nada de errado, apenas para “puxar” o nosso perdão. E mesmo assim, ele pediu para que o Pai nos
perdoasse (Lucas 23:34).
Não oferecer perdão, ou não estar
disposto a perdoar, é um pecado. Se o Deus do universo está disposto a oferecer
perdão, a reconciliação com Ele, para que nós tenhamos paz com Ele e para que
não sejamos condenados ao inferno eterno, quem somos nós para não perdoar e não
estarmos dispostos a perdoar?
No livro Conhecer Jesus é Tudo,
o pastor adventista Alejandro Bullon conta a história de um menino que
aprontava algumas coisas e deixava sua mãe brava por causa disso. Ela veio até
ele e disse, “filho, se você fizer isso, eu vou ter que te castigar com
vassouradas.” Ele fez. A mãe viu. Ele suplicou pelo perdão da mãe, e ela então
pegou a vassoura e deu nas mãos dele e disse: “Alguém tem que ser castigado.” E
pediu pra ele bater nela. É isso o que Jesus fez por nós. Nós merecemos as
porradas, e o Deus do universo veio pra receber as porradas que nós deveríamos
receber.
Existe um texto bem conhecido do
Novo Testamento, onde Jesus fala sobre o perdão. O famoso setenta vezes sete em Mateus 18:
Ora, se teu
irmão pecar [contra ti], vai, e repreende-o
entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão; mas se não te ouvir,
leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda
palavra seja confirmada.
Se recusar
ouvi-los, dize-o à igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o
como gentio e publicano.
Em verdade vos
digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto
desligardes na terra será desligado no céu.
Ainda vos digo
mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem,
isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.
Pois onde se
acham dois ou
três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.
Então Pedro,
aproximando-se dele, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão
contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete?
Respondeu-lhe
Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete. – Mateus 18:15-22
Eu comecei a "brizar" mais nesse
texto quando eu vi que o “contra ti” não está na maioria dos manuscritos. Se
estava no original ou não, eu não sei, mas o que eu quero dizer é outra coisa.
Se alguém pecar, vá e repreenda-o em particular. Mas note que o versículo 16 e
o 20 trazem esse detalhe de “duas ou três” pessoas. Nós geralmente temos em
mente que onde dois ou três estiverem, Jesus está la. Mas não é isso que o
texto está dizendo. Onde um, dois, três ou 490 estiverem, Jesus estará la. Mas
o que o verso 20 realmente quer dizer é o seguinte: Onde dois ou três pecadores estiverem reunidos para pedir perdão a Deus
e um ao outro e para perdoar um ao outro, ali haverá o perdão de Cristo. O
texto prossegue dizendo:
Por isso o
reino dos céus é comparado a um rei que quis tomar contas a seus servos; e,
tendo começado a tomá-las, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil
talentos; mas não tendo ele com que pagar, ordenou seu senhor que fossem
vendidos, ele, sua mulher, seus filhos, e tudo o que tinha, e que se pagasse a
dívida.
Então aquele
servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, tem paciência comigo,
que tudo te pagarei.
O senhor
daquele servo, pois, movido de compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida.
Saindo, porém,
aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem denários; e,
segurando-o, o sufocava, dizendo: Paga o que me deves.
Então o seu
companheiro, caindo-lhe aos pés, rogava-lhe, dizendo: Tem paciência comigo, que
te pagarei.
Ele, porém,
não quis; antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.
Vendo, pois,
os seus conservos o que acontecera, contristaram-se grandemente, e foram
revelar tudo isso ao seu senhor.
Então o seu
senhor, chamando-o á sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda
aquela dívida, porque me suplicaste; não devias tu também ter compaixão do teu
companheiro, assim como eu tive compaixão de ti?
E, indignado,
o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia.
Assim vos fará
meu Pai celestial, se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão. - Mateus
18:23-35
E aqui vemos, nesse ultimo
versículo, aquilo que falamos até aqui. Enquanto você não se colocar na sua
devida posição de pecador e se ver igual ao seu irmão, não haverá perdão. É
necessário que dois ou três peçam perdão por seus pecados juntos e se perdoem
juntos. Não é o caso do perdão de Deus depender do nosso. Mas, como disse o
psiquiatra cristão Paul Tournier, aquele que não perdoa é incapaz de
compreender o perdão de Deus. Paulo também foi bem enfático no tema perdão:
Antes sede uns
para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros,
como também Deus vos perdoou em Cristo.
Efésios 4:32
E, quando vós
estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou
juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas
Colossenses
2:13
Revesti-vos,
pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de
benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;
Suportando-vos
uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra
outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.
Colossenses
3:12,13
Existem algumas lições práticas
que devemos entender também. Primeiro, o
perdão é necessário no casamento. Não só nos erros da outra pessoa, mas
também seus defeitos. Perdoar os defeitos também é importante, pois você nunca
vai encontrar alguém 100% pra você. Se estiver buscando alguém que não tenha
uma só mania que te incomode, você já está buscando errado. Eu gosto do que
Phillip Yancey diz sobre Oséias:
Em uma
parábola surpreendentemente dramatizada, Deus pede ao profeta Oséias que se
case com uma mulher chamada Gômer para ilustrar seu amor por Israel. Gômer tem
três filhos com Oséias,depois abandona a família para viver com outro homem.
Durante algum tempo, ela trabalha como prostituta e é nesse período que Deus dá
a surpreendente ordem a Oséias: “Vá, trate novamente com amor sua mulher,
apesar de ela ser amada por outro e ser adúltera. Ame-a como o Senhor ama os
israelitas, apesar de eles se voltarem para outros deuses [...]”
Em Oséias, o
escândalo da graça torna-se real, um escândalo que fica conhecido na cidade. O
que se passa na mente de um homem quando sua esposa o trata como Gômer tratou
Oséias? Ele queria matá-la, ele queria perdoá-la. Ele queria divorciar-se,
queria reconciliar-se. Ela o envergonhou, ela o desintegrou. De maneira
absurda, contra todas as expectativas, o poder irresistível do amor venceu.
Oséias, o marido enganado, motivo de piada na comunidade, acolheu a esposa de
volta a lar. (Phillip Yancey, Maravilhosa Graça, pp. 60-61)
Essa relação é bem análoga ao que
Paulo diz em Efésios:
Vós, maridos,
amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se
entregou por ela - Efésios 5:25
Segundo, o perdão representa a
vitória contra o orgulho. O maior pecado do ser humano é querer ser Deus. Por
isso criamos ídolos. Eles são criados por acreditarmos que eles podem nos
satisfazer. Mas, se é pra nos satisfazer, então eles são meros escravos do seu
verdadeiro deus – você mesmo. Se o perdão se manifestar, nós teremos sempre
esse senso de superioridade. Como disse Tim Keller, o único motivo pra não se
perdoar alguém é se você se acha superior a essa pessoa. Superioridade e
orgulho são os inimigos do perdão.
É importante notar aqui que existe um pequeno "disfarce" que pessoas gostam de usar. O famoso "perdoo, mas não confio mais." Admito que existem casos assim. Mas na maioria das vezes, as pessoas dizem isso apenas para parecerem santas perdoadoras, mas no coração realmente não perdoaram a pessoa. Isso fica evidente quando alguém diz que perdoou, mas quando encontra a outra pessoa faz aquela cara de bolacha sem sorriso. Será mesmo que o outro foi perdoado?
É importante notar aqui que existe um pequeno "disfarce" que pessoas gostam de usar. O famoso "perdoo, mas não confio mais." Admito que existem casos assim. Mas na maioria das vezes, as pessoas dizem isso apenas para parecerem santas perdoadoras, mas no coração realmente não perdoaram a pessoa. Isso fica evidente quando alguém diz que perdoou, mas quando encontra a outra pessoa faz aquela cara de bolacha sem sorriso. Será mesmo que o outro foi perdoado?
Terceiro, a mágoa só existe
quando há afeto. Se você está magoado com um amigo, ou irritado com ele por
algum motivo, por mais que queira disfarçar e negar, é porque tem afeto. A
solução é quebrar essa barreira juntos e com paz. Dois pecadores pedindo perdão
a Deus e um ao outro. Como disse meu amigo psicólogo e teólogo Eduardo
Feltraco, quando há mágoa, uma barreira é criada por aquele que tem afeto. E
essa barreira tem que ser quebrada cara a cara. Feltraco enfatiza que o mal do
século é o relacionamento virtual, onde se tenta resolver as coisas pelo
whatsapp, facebook, mensagem, etc. Ele prossegue dizendo que mesmo que a pessoa
negue o afeto e o erro, a questão é ouvi-la e não argumentar, não debater.
Escutar e propor questões para reflexão. Dessa forma as barreiras são
quebradas, e os “espantalhos” uns dos outros são desfeitos. (Agradeço ao amigo
Eduardo Feltraco pelo aconselhamento em conversa pessoal.)
Nesse sentido (de desconstruir "espantalhos"), é algo necessário principalmente quando você está "de mal" de alguém por causa de informações de terceiros. Se você brigou com alguém porque uma outra pessoa te falou algo dela, você tem que ir falar com ela pra saber o lado dela. Se você "não quer conversar", você está evitando saber uma possível verdade, o que pode fazer com que sua briga seja completamente sem fundamento.
Nesse sentido (de desconstruir "espantalhos"), é algo necessário principalmente quando você está "de mal" de alguém por causa de informações de terceiros. Se você brigou com alguém porque uma outra pessoa te falou algo dela, você tem que ir falar com ela pra saber o lado dela. Se você "não quer conversar", você está evitando saber uma possível verdade, o que pode fazer com que sua briga seja completamente sem fundamento.
Por fim, perdoe, mesmo que não
haja o pedido da outra parte e mesmo que não haja o arrependimento verdadeiro.
Você também falha constantemente. Se você não perdoar a outra pessoa, vai
guardar rancor e pensamentos negativos contra ela. E isso é pecado. Jesus diz
em Mateus:
Ouvistes que
foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.
Eu, porém, vos
digo que qualquer que, [sem motivo], se
encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu
irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu
do fogo do inferno.
Portanto, se
trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma
coisa contra ti,
Deixa ali
diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e,
depois, vem e apresenta a tua oferta.
Concilia-te
depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não
aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial,
e te encerrem na prisão.
Em verdade te
digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil. -
Mateus 5:21-26
Se somos chamados a amar e orar
por nossos inimigos, devemos perdoar mesmo que por parte dele ele continue na
briga. Minha psicóloga costuma me dizer que eu não devo entrar no palco se a
cena for de outra pessoa. Se a pira
está com outra pessoa, eu não tenho que participar. E o perdão te libertará
mais do que imagina. Como diz Lewis Smedes: “a primeira e geralmente a única
pessoa a ser curada pelo perdão é a pessoa que perdoa. [...] Quando perdoamos,
libertamos um prisioneiro e então descobrimos que o prisioneiro libertado era
nós mesmos.” (Lewis Smedes, Shame, p.
136, 141)
Na parábola, notamos que o homem
teve sua dívida perdoada. Seu castigo seria ter que dar toda a sua vida, com a
família e tudo, ao rei. Mas no fim, ele é preso. É um castigo diferente para um
crime diferente. Ele não perdoou o outro, e agora está preso. A palavra grega
pra “verdugos” significa literalmente torturadores. Ele está preso agora por
causa de uma nova dívida. Ele está na prisão da falta de perdão. Ele é
torturado por não perdoar. O rei o perdoou pela primeira dívida, mas agora ele
está preso por uma nova dívida.
Mesmo que você não tenha feito
algo por querer, mesmo que não tenha feito nada, puxe o perdão, assim como
Jesus veio puxar o nosso perdão. Quando Jesus disse em João 19:30, “Está consumado”, a palavra grega emprega um sentido de pagamento legal. Quer dizer, todos os nossos pecados, do passado,
presente e futuro, foram pagos. Aqueles que nem pedimos perdão e nos
arrependemos ainda, já foram pagos.
Não odiarás a
teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e por causa
dele não sofrerás pecado.
Não te
vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.
Levítico
19:17,18
Quando Jesus diz “amarás ao teu
próximo como a ti mesmo”, ele está citando esse texto de Levítico. Nós vemos que
nesse contexto, Deus está falando para não odiar, repreender, não se vingar e
nem guardar ira.
Um detalhe curioso sobre o
mandamento, é que nós geralmente paramos no “amarás ao teu próximo” ou
“amai-vos uns aos outros”. Mas tem uma segunda parte. Tem um “como a ti mesmo”.
Ame ao seu próximo, não ame o pecado do seu próximo. Ame-o como a ti mesmo, mas
odeie o seu pecado, como odeia o do seu próximo. “Como eu vos amei”. Como Deus
nos amou. Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro. Nós perdoamos porque Ele
perdoou primeiro. E isso nos leva a outro ponto importante para o perdão: Ele
faz bem ao próximo também. O alivio de ser perdoado. O perdão é uma das maiores
demonstrações de amor ao próximo que pode ser dada. Como diz Smedes:
Ao perdoar
alguém, você remove o erro da pessoa que o cometeu; liberta-a do ato ruim que
cometera. Você a regenera. Em um momento a identifica radicalmente como a
pessoa que cometera injustiça. No outro, você muda sua identidade. As
lembranças a respeito dela também mudam.
Você não pensa
nela agora como alguém que o feriu, mas, sim, como alguém que precisa de você.
Já não é mais aquela pessoa com quem se indispôs, mas, antes, aquela que
pertence a você. A principio você a considerava uma pessoa com poderes
malignos, mas agora a vê como fraca em suas necessidades. Você recriou o
passado de alguém regenerando-o de um erro que tornara esse passado doloroso.
(Smedes, Forgiveness: the Power to Change
the Past, p. 24)
Vemos a importância do perdão na
história de José. Seus irmãos ferraram com sua vida e estavam prontos para
serem escravizados por ele, mas ele os libertou. O texto bíblico diz no
versículo 21 do capítulo 50 que “assim ele os consolou e lhes falou ao
coração.”
Conclusão
Perdoemo-nos. Somos todos
pecadores miseráveis que não merecem o perdão de Deus, e mesmo assim Ele nos
perdoa. O perdão de Deus nos libertou do inferno. Libertemo-nos uns aos outros
da culpa e de culpar. Sejamos dois ou três pecadores perdoando uns aos outros e
pedindo o perdão de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário