Hipóteses Cientificas são Testadas por meio de Observação Repetida
Toda a hipótese cientifica no
final se mantêm ou cai dependendo de cono ela se encaixa nos dados observados. O
melhor tipo de dado vem do experimento, o qual os detalhes da situação são
especificados pelo cientista e podem ser repetidos livremente ou variados para
se ver como o resultado pode mudar. Algumas pessoas podem dizer que
experimentos são uma parte necessária da ciência, mas eu não concordo. Isso
porque algumas áreas da Ciência parecem não usá-los.
Infelizmente, experimentos
controlados não são sempre possíveis para ciências históricas como a Geologia
ou a Biologia Evolucionaria, ou para ciências que estudam objetos que não podem
ser facilmente afetados por humanos como a Astronomia e a Sismologia. Essas ciências
superam a falta de experimentação pelo fato de haver uma quantidade de dados
observacionais grandes e sempre aumentando para testar hipóteses diferentes. Então
você pode continuar recebendo novos dados de uma forma que é uma reminiscência
das ciências experimentais.
No pior dos casos, todos os
efeitos observáveis de uma hipótese são mediados por um único evento. Essas hipóteses
normalmente não estão sujeitas a um exame minucioso repetível, mas podem haver exceções.
Um exemplo notável diz respeito à conceituada, mas ainda não completamente
estabelecida, teoria da inflação no universo primitivo (uma pequena fração de
segundo após a chamada “singularidade do Big Bang”, que até onde sabemos é o
inicio do universo). Nessa teoria há um fenômeno conhecido como Variação Cósmica, que
implica que certos aspectos da teoria podem apenas ser testados uma vez, porque
o universo apenas aconteceu uma vez. Nada te impede de olhar de novo, mas você
vai ver a mesma coisa, então fazer isso não te diz nada novo (Mais
precisamente, há dois tipos de erro, o erro experimental vindo da aleatoriedade
ou preconceito em uma medição experimental, e variação cósmica vindo da forma
como o universo primitivo aconteceu de evoluir. Você pode derrubar o antigo
fazendo experimentos melhores ou em maior numero, mas você não pode se livrar
do último, não importa quantas experiências você faça).
A Inflação diz que pouco depois
do Big Bang, o universo entrou em um período de crescimento exponencial extremo,
causado por regiões onde a excitação de partículas é muito grande para ser detectada
por qualquer previsão de algum acelerador de partículas. (Essa região é
criativamente chamada de “Inflação”). As hipóteses inflacionarias predizem que
no final do período de inflação, as regiões de matéria deveriam estar em um
estado particular, sujeito a flutuações estatísticas originadas da incerteza da
mecânica quântica. Enquanto o universo expandia, essas flutuações foram
estendidas para escalas de distancia enormes, o qual o tamanho agora é comparável
com o de todo o universo observável. Elas foram originalmente medidas pelo satélite
COBE (Cosmic Background Explorer [Explorador Cósmico de Fundo]) e pelo satélite
WMAP (Wilkinson Microwave Anisotropy Probe), que mediram a radiação de fundo cósmica
vinda de partes diferentes do céu.
Olhando para diferentes direções
no céu, COBE ou WMAP puderam detectar pequenas variações na radiação de fundo cósmica
(uma parte em 10^-5), que parecia confirmar o modelo inflacionário. No entanto,
porque essas flutuações vieram de um evento de apenas-uma-vez, se elas aconteceram
de ter se formado de maneira estatisticamente incomum, não há maneira de compensar
isso repetindo o experimento e ponderando todos os resultados. Apesar de
repetir o experimento poder reduzir a incerteza por causa de erros de medição,
ainda resta uma incerteza residual, a Variação Cósmica, que nunca pode ser
reduzida porque sempre é a mesma todas as vezes que um experimento é realizado.
Alguém rigoroso poderia dizer que
a teoria da inflação “não conta como Ciência” porque você não pode conseguir um
grande numero de dados arbitrários nela. Mas isso seria tolo, já que é muito
similar a outros tipos de Ciência, e você sempre pode repetir no sentido de
olhar de novo.
Então, a necessidade da ciência ser
repetível é flexível, dependendo da natureza particular da coisa sendo
estudada. As vezes nós temos experimentos; as vezes nós temos um monte de
dados; as vezes nós temos uma quantidade finita de dados que nunca podem ser
aumentados, e nós apenas temos que fazer o melhor que podemos. Mas, se no final
não depender de observações, isso não é ciência.
Traduzido de: Aron Wall, Undivided Looking, "Pillar of Science I: Repeatable Observations"
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