segunda-feira, 10 de agosto de 2015

“A maioria dos cientistas não crêem em Deus.” - Uma Resposta

Sir Isaac Newton (Cristão)

“A maioria dos cientistas são ateus, portando o ateísmo é verdade”. Certo? Certo? Nem de longe. Esse argumento é tão falacioso que é difícil saber por onde começar a responder. Mas eu vou tentar...


“A maioria dos cientistas não crêem em Deus.”


Apelo à autoridade


Isso não é nem se quer um argumento, é um simples apelo à autoridade. Nós estamos justificados em usar o apelo à autoridade cientifica quando (a) for um apelo legitimo, citando alguém que realmente entende depois de apresentar o argumento; (b) quando for um assunto cientifico. A ciência por si só investiga apenas o mundo material, mas não pode nos dizer nada sobre o sobrenatural. O que pode ser feito é ver o que a ciência nos diz sobre um fenômeno, e buscar a melhor explicação para esse fenômeno. Como no caso do argumento cosmológico kalam e do teleológico. Mas ainda assim são argumentos filosóficos, que usam evidencias cientificas para a verdade de uma premissa, que ajuda a levar a uma conclusão que tem um significado teológico.

Deus existia e não existe mais?


No passado a gigantesca maioria de cientistas acreditava em alguma forma de Deus. Jerry Newcombe diz:


“Todo o principal ramo da ciência que foi criada foi originado por pessoas que acreditavam na Bíblia. Eles acreditavam que estavam, nas palavras de Johannes Kepler, pensando os pensamentos de Deus, indo atrás dele” [What if Jesus Had Never Been Born? (38:46)]

Quer dizer que Ele existia e não existe mais?

Falácia Post Hoc


Esse argumento comete a falácia post hoc ergo propter hoc. Quer dizer, só por que X acontece depois de Y, então Y é a causa de X, o que é simplesmente falacioso e falso. É como dizer que a causa da gripe de Zezinho é um terremoto que aconteceu no dia anterior. Mesmo se fosse verdade que os cientistas se tornaram ateus depois de iniciar sua carreira cientifica, isso não significa que foi a carreira que os tornou ateus.

Não é bem verdade


Entre 2005 e 2008, Elaine Ecklund da Rice University realizou uma pesquisa com os cientistas das melhores universidades. O que ela descobriu foi que cientistas não se tornam ateus por causa da ciência. Ela diz:

“Suas razões para sua descrença refletem as conseqüências em que outros Americanos se encontram: Eles não cresceram em lares religiosos; eles tiveram más experiências com religião, eles desaprovam Deus ou vêem Deus como algo muito mutável.” [Elaine Howard Ecklund, Science vs. Religion: What Scientists Really Think, p. 17]

Em outro estudo de 2009, foi revelado que 51% dos cientistas crêem em alguma deidade ou poder superior. 33% crêem em Deus, enquanto 18% crêem em um poder superior, 41% disseram ser ateus e 7% “não sabem”. [Fonte: Pew Research Center, Scientists and Belief]
Historiador Jeffrey Russell conclui:

“Se fosse verdade que o Cristianismo e a ciência são coisas incompatíveis, então não haveria Cristãos que são cientistas respeitáveis. De fato, cerca de quarenta por cento dos cientistas naturais profissionais são Cristãos praticantes, e muitos outros são teístas de outras formas. Menos de trinta por cento são ateus.” [Jeffrey Russell, Exposing Myths About Christianity]

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